Correio de Carajás

Área de preservação no Bairro Amapá é desocupada por decisão do Ministério Público

A área em debate está sob proteção legal há anos e não é a primeira vez que a Postura é acionada para retirar ocupações irregulares no local/ Fotos: Evangelista Rocha

O Departamento de Postura da Prefeitura de Marabá foi acionado nesta quarta-feira (28) para retirar uma cerca quilométrica que corta oito propriedades ilegais, segundo o Ministério Público do Estado do Pará.

O trecho está situado nas margens do Rio Itacaiunas, no Bairro Amapá, em Marabá, e corresponde a uma exuberante área de preservação ambiental. A situação, no entanto, causa uma disputa acalorada entre residentes e autoridades ambientais que se encontram em um impasse sobre a desocupação de uma área verde que, há tempos, tem sido alvo de controvérsias e embates legais.

A dona de casa Gleice Kelly Sales de Souza, de 34 anos, conversou com a reportagem e explicou que ela e o marido possuem uma área no local há cerca de cinco anos: “É um galpão que está há mais de 10 metros da margem. Nós temos a papelada da propriedade e ela é legalizada pelo Ministério Público do Estado do Pará”, afirma.

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A dona de casa garante que o marido só cercou a área que eles dizem ter direito por proteção à natureza

Ela se preocupa com a degradação ambiental que testemunha diariamente. Com firmeza, defende a ação de seu marido em colocar cercas para proteger a área da invasão de areais e da destruição das árvores devido ao assoreamento do rio. Segundo Gleice, a iniciativa é uma medida vital para preservar o ecossistema local. “Estamos vivenciando uma invasão descontrolada da área verde por parte dos areais, que estão causando danos irreparáveis ao nosso ambiente. Meu marido agiu para proteger a natureza, mas parece que as autoridades não compreendem a urgência da situação”, garante.

Por outro lado, há Túlio Rosemiro, coordenador do Departamento do Código de Postura, que revisita a questão legal e argumenta que a ação de cercar a área é uma clara tentativa de apropriação indevida de terras públicas. Ele ressalta que o espaço em questão é de preservação ambiental e deve ser protegido conforme as leis vigentes. “Este não é o primeiro caso que enfrentamos. A desculpa de preservação é apenas uma fachada para interesses privados. É crucial respeitar os limites legais estabelecidos para garantir a preservação ambiental”, pontua.

O coordenador do Departamento do Código de Postura, Tulio Rosemiro, diz que se trata de uma tentativa de apropriação indevida de terras públicas

Ainda segundo ele, a região em questão está protegida por leis que visam salvaguardar a integridade ecológica da área, sendo imperativo combater tentativas de ocupação ilegal e garantir a aplicação rigorosa da legislação ambiental. (Thays Araujo)