Após ser afastado da família em 17 de fevereiro desse ano, o pequeno Kayro Alves dos Santos, de seis anos, morreu na madrugada desta terça-feira (27), no Hospital Regional Público do Sudeste do Pará, em Marabá.
A criança, que sofria de uma paralisia cerebral causada por uma convulsão, foi levada de Parauapebas para Marabá na sexta-feira (23) devido à necessidade de entrada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Os pais de Kayro, Raquel Alves de Lima, de 36 anos, e Roberto Nunes dos Santos, de 39 anos, conversaram com a reportagem do Correio de Carajás e deram sua versão dos acontecimentos.
Leia mais:De acordo com os pais, no dia 17 de fevereiro uma equipe do Conselho Tutelar se dirigiu à residência da família, que fica no Assentamento Tapete Verde, e declarou que tinha uma ordem judicial, de forma que a criança deveria ser levada pelos conselheiros.
Raquel e Roberto afirmaram, ainda, que um dos conselheiros pediu que os pais não resistissem, já que eles estavam acompanhados de policiais. Sem opções, eles entregaram o filho aos cuidados do Conselho Tutelar.
No entanto, durante os três meses em que esteve sob os cuidados do Conselho Tutelar, afirma a mãe, Kayro passou mais tempo no hospital que no abrigo.
Questionados sobre a natureza da ordem judicial, os pais afirmaram que se tratava de uma denúncia por maus-tratos, que eles prontamente negaram.
Kayro foi devolvido aos cuidados dos pais no dia 1º de junho, já com o estado de saúde bastante debilitado.
Roberto Nunes afirmou que, nesse dia, recebeu a ligação de um dos conselheiros afirmando que a juíza responsável pelo processo tinha devolvido a guarda da criança, que naquele momento já estava no Hospital Geral de Parauapebas (HGP).
Durante quase um mês, o estado de saúde de Kayro piorou, de forma que a criança acabou falecendo à 1 hora desta terça-feira no Hospital Regional de Marabá.
Representantes do Conselho Tutelar foram procurados e declararam que uma reunião deverá ser realizada ainda hoje para a divulgação de um posicionamento oficial do órgão. (Clein Ferreira – com informações de Ronaldo Modesto)