O Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Pará (Sintepp), Subsede Marabá, anunciou nesta quinta-feira, 10, o fim da greve dos professores do município de Marabá.
A paralisação teve seu estopim, segundo Joyce Cordeiro, presidente do sindicato, quando o assunto foi a recomposição salarial dos professores cedidos.
“Estamos muito felizes. Eles têm direito à recomposição salarial e, hoje (10), caiu na conta de todos os professores o valor que lhes é de direito”, afirma.
Leia mais:Iniciada no último dia 11 de maio de 2021, a greve terminou com saldo positivo para a categoria. Após intensas reuniões, greves e movimentações, o prefeito de Marabá, Tião Miranda, recebeu os representantes do sindicato por duas vezes para entrarem em um acordo.
“O governo propôs o reajuste do piso dos professores no valor de 5,26% para enquadrar agora no mês de julho. O percentual que estávamos lutando era de 12,84%. Contudo, consideramos isso como um avanço e uma abertura de diálogo”, avalia Joyce.
Segundo ela, o restante desse percentual será discutido a partir do mês de agosto deste ano. Dentro das negociações com o Poder Executivo, também ficou decidido que seria feita a inclusão de 5% de promoção para todos os auxiliares de secretaria que fazem jus a um triênio (três anos trabalhados) e para os que fazem dois triênios (seis anos trabalhados) o enquadramento será de 10%.
“Essa parte da categoria na educação não tinha recomposição salarial desde o ano de 2016”, relembra.
Além disso, o sindicato reivindicava as progressões verticais dos professores, nível superior, especialização, mestrado e doutorado. “O prefeito optou por começar a sanar as pautas incluindo os mestres. Todos os professores que derem entrada na progressão com mestrado, ele vai fazer a inclusão na folha agora no mês de julho”.
Volta às aulas
Joyce explica que somente no ano de 2020, mais de 40 escolas tiveram casos de infectados por covid-19. Havia um acordo com a Secretaria Municipal de Educação para a realização do trabalho remoto no ano de 2021.
Questionada sobre comentários do tipo “os professores não querem trabalhar”, Joyce explica que todos os trabalhadores – da educação ou não – estão vivendo um cenário de quebra de paradigmas.
“O ponto não é que o professor não quer trabalhar. Ele está trabalhando além da conta. Nós não fomos preparados para manusear as novas tecnologias. Não tivemos nenhum tipo de aperfeiçoamento para isso. Hoje a educação, como um todo no Brasil, tem um investimento pífio na área tecnológica. Podemos dar como exemplo os laboratórios de informática das escolas”.
Joyce explica que foi iniciado um projeto de discussão em Marabá para que todas as escolas do município integrassem a Rede Conecta. Contudo, o projeto não foi adiante.
“Iniciamos o ano de 2021, tendo que o professor carregar nas costas o trabalho remoto, utilizando a sua internet, seu celular, seu computador – muitos inclusive compraram o equipamento – porque em nenhum momento foi feito qualquer tipo de auxilio conectividade para esse professor. Dentro das escolas não há esse espaço tecnológico, com um computador e uma boa internet, para que possamos ir até a escola e ministrar as aulas”.
A presidente do Sintepp finaliza afirmando que todos os professores desejam voltar às salas de aula, porém com segurança, todos vacinados e com todas as medidas de segurança acontecendo de forma correta. “Não podemos perder mais gente para a covid-19”. (Ana Mangas)