A jornada dos gêmeos Theo e Miguel, de 1 ano e um mês, começou de forma inesperada, mas cheia de amor. Há seis meses, Janaína Queiroz e Diego Félix, moradores de Parauapebas, no sudeste do Pará, tornaram-se pais dos pequenos após uma longa espera de quatro anos na fila de adoção. O Correio de Carajás conheceu de perto e compartilha agora a emocionante história de paciência e amor destes filhos que foram gerados no coração.
Janaína Queiroz é professora de letras e pedagogia. Ela relembra, em um relato emocionado à Reportagem, o que sentiu no mês em que os pequenos finalmente chegaram em casa. “Eu tive todas as sensações de estar grávida”, diz, afirmando que chegou a fazer um teste de gravidez, embora fosse laqueada. “É claro que o resultado foi negativo, mas eu sentia que seria mãe novamente, eu só não sabia que seria naquele mês e de gêmeos”.
Naqueles dias, finalmente, a ligação mais esperada em quatro anos aconteceu e uma assistente social comunicou que ela e o marido seriam pais. Ao receber a notícia, Janaína não conseguiu dizer uma palavra sequer, apenas chorou. “Desde o primeiro momento nós já os amávamos, eu sentia Deus falando com a gente e nos preparando. Quem está no processo de adoção sabe que o dia mais sonhado é o dia que você recebe a ligação, e eu não consigo descrever o sentimento que senti. Era um sentimento tão verdadeiro, tão profundo”, descreve.
Leia mais:Janaína e Diego estavam casados há oito anos e ela já era mãe de três filhos biológicos, mas Diego ainda não era pai. No início do relacionamento, filhos não estavam nos planos do casal, mas o amor encontrou um caminho e, com o tempo, o desejo de aumentar a família foi tomando forma.
Inicialmente, eles pensaram em inseminação, mas logo descartaram a ideia. Depois, cogitaram reverter a laqueadura de Janaína, mas também abandonaram o plano. Até que, no início de 2020, tomaram a decisão que mudaria suas vidas para sempre: “nós iríamos adotar.” Era um sonho que já começava a tomar corpo. Em meio à pandemia, decidiram oficializar a união e em seguida, maio de 2020, iniciaram os trâmites burocráticos da adoção.
A espera foi longa e cheia de incertezas, mas a cada momento o amor só crescia. “É um processo complicado, mas eu entendo o porquê. Infelizmente, há casos de famílias que, após adotar, decidem devolver a criança e isso gera um trauma muito grande”. Por isso, o casal passou os quatro anos seguintes construindo esse amor. Eles sonhavam com o nome dos bebês, com as características, com o dia em que finalmente os teriam nos braços. Cada pequena etapa da jornada foi vivida intensamente, com expectativa, ansiedade e emoção, conta Janaína.
Janaína revela que consegue ver características dela e do marido nos gêmeos Theo e Miguel. “Nós os amamos desde o primeiro momento que decidimos pela adoção”.
Com os filhos nos braços, Janaína deixa uma mensagem de esperança para casais que ainda estão na fila da adoção. “Quero dizer para os casais que estão esperando: vivam cada momento dessa jornada. É a partir disso que a gente constroi o amor”, sorri, com os olhos brilhando, porque sabe que a escolha de ser mãe por adoção é, sem dúvida, uma das decisões mais bonitas que fez na vida.
Após receberem a guarda definitiva, hoje Janaína e Diego compartilham nas redes sociais uma rotina de amor e aprendizado mútuo. (Theíza Cristhine)