Correio de Carajás

Após protesto, DNIT receberá comissão de manifestantes

Com pedaços de madeira e pneus, os moradores do Residencial Tiradentes e de Morada Nova (em Marabá) atearam fogo e fizeram bloqueio na pista de rolamento da Rodovia BR-222, na manhã desta quarta-feira (26). O bloqueio foi uma forma de protestar contra a violência do trânsito no local, que fica entre São Félix e Morada Nova.

Depois de algumas horas de protesto, os manifestantes conseguiram fazer com que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entrassem em contato com representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que se comprometeu a receber três representantes locais em audiência para falar sobre as medidas que deverão ser tomadas.

O estopim para esta manifestação foi o acidente ocorrido na manhã de terça-feira (25), entre uma moto e um ônibus que presta serviço para uma siderúrgica, provocando a morte de um militar do Exército.

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A vítima fatal foi o soldado Jaime Pereira da Costa Júnior, de 23 anos, que morreu no local. Outro militar que estava com ele na moto, Herzon Gonçalves Serrão foi encaminhado para o Hospital Regional do Sudeste. Os dois ficaram presos embaixo do ônibus após a colisão que ocorreu bem em frente à entrada do Residencial Tiradentes.

Mas os motivos para o protesto desta quarta-feira vão além do último acidente ocorrido nesse trecho. Os moradores da área querem mais atenção por parte do poder público. “Esse manifesto significa que nós estamos precisando de sinalização urgente para a entrada do Tiradentes; já perdemos muitas vidas de amigos e familiares; hoje muitas mães estão chorando, muitos pais estão chorando”, reclama a professora Patrícia Barbosa, ao explicar que os moradores da área querem redutor de velocidade em frente à entrada do residencial e acrescenta que os pedidos já foram formalizados no DNIT, mas nunca atendidos.

Por outro lado, o líder comunitário João Arrais, morador da área, observa que a manifestação foi pacífica e teve como objetivo melhorar a infraestrutura no local, que já é considerado o “perímetro a morte”. “Muitas vidas já foram ceifadas aqui”, resume, ao pedir que o governo do Estado também dote de infraestrutura o posto fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), que foi retirado da cabeceira da ponte rodoferroviária do Rio Tocantins e instalado em frente ao residencial, sem que o local tenha o devido acostamento.

A manifestação começou por volta das 5 horas da manhã e somente por volta das 8h começaram os diálogos entre os manifestantes e agentes da PRF para liberação parcial do trânsito. (Chagas Filho e Weliton Moreira/TV Correio)