Correio de Carajás

Após plástica mal sucedida, homem está há três anos sem fechar os olhos

Peter Broadhurst queria reduzir o tamanho de suas bochechas, mas depois da cirurgia que durou nove horas, ele não consegue fechar os olhos

Reprodução/Twitter

Aos 81 anos, o inglês Peter Broadhust está há três anos sem conseguir fechar os olhos depois de uma cirurgia plástica malsucedida. Ele enfrenta dificuldades para dormir e para mantê-los hidratados.

Peter é um designer aposentado do Reino Unido. Em 2019, ele precisou passar por um procedimento cirúrgico na mandíbula para corrigir um problema dentário que deixava suas bochechas inchadas. Porém, o quadro continuou mesmo após a cirurgia.

“Eu tinha bochechas inchadas de hamster. Anos atrás, minha então namorada, mãe dos meus dois filhos, queria me deixar. Ela falou que eu deveria me olhar no espelho: a minha aparência era o motivo do término”, conta Peter em entrevista ao The Sun.

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Depois de mais dois relacionamentos fracassados por causa de sua aparência, o aposentado procurou um procedimento estético para reduzir o tamanho das bochechas. Em 2019, ele gastou 11 mil libras (cerca de 67,5 mil reais) para passar por uma plástica no pescoço, blefaroplastia sob os olhos e uma rinoplastia.

O britânico foi submetido à cirurgia, que durou nove horas, em janeiro de 2019. Ele foi liberado logo no dia seguinte, mesmo sem conseguir fechar os olhos.

“Parecia que eu tinha levado uma surra. Foi horrível, não conseguia fechar os olhos. Fiquei doente a noite toda. No dia seguinte à cirurgia, desejei nunca ter feito o procedimento”, lamenta.

Além do efeito nos olhos, Peter vomitava e não conseguia urinar, mas considerou que o quadro era normal após a cirurgia. Na semana seguinte, ele precisou voltar ao hospital para colocar um cateter e retirar a urina do corpo.

No retorno para retirar os pontos, o designer disse aos médicos que seus olhos estavam muito irritados e lacrimejando. Mas eles afirmaram que tudo estava normal, os efeitos colaterais passariam e ele seria capaz de urinar sem ajuda de cateter em breve.

Peter ficou desfigurado após as cirurgias

Dois meses depois do procedimento, Peter foi fazer exames de rotina e o médico notou sua dificuldade para piscar. O aposentado foi encaminhado para um oftalmologista, que o diagnosticou com ectrópio, complicação comum da cirurgia das pálpebras.

Como a cirurgia plástica tinha sido feita em um hospital particular, Peter precisou voltar ao mesmo médico, que fez uma operação gratuita para retirar pele das bochechas e colocá-la nas pálpebras, permitindo que ele fechasse os olhos.

“A cirurgia tem poucos índices de complicações desde que seja realizada por um profissional capacitado e experiente, que respeite as características anatômicas e individuais de cada um. Ouvir as queixas do paciente e fazer um exame detalhado são fundamentais para um resultado de sucesso”, alerta a oftalmologista e especialista em plástica ocular Fernanda Fayad, do CBV-Hospital de Olhos, em Brasília.

Fita adesiva para dormir
“Três anos depois, mesmo com a cirurgia corretiva, ainda não sou capaz de fechar os olhos por completo. É algo que também me atrapalha a enxergar e, além disso, preciso fechar os olhos com fita adesiva para conseguir dormir”, afirma Peter.

O aposentado recebeu uma prescrição de colírio e instruções para aplicar compressas quentes nos olhos, mas sua condição visual piorou e hoje afeta sua capacidade de dirigir, ler expressões faciais e praticar seu hobby de tiro ao alvo.

Depois de enfrentar recusas dos hospitais locais para realizar cirurgias adicionais, Peter decidiu procurar um clínica particular na Turquia, onde fez mais uma blefaroplastia. Ainda assim, ele segue preocupado com os resultados.

“Meu olho esquerdo ainda está aberto. Tenha cuidado em quem você confia, mesmo um cirurgião de ponta, porque isso pode arruinar sua vida”, alerta Peter.

Em nota, o BMI The Priory Hospital, onde foi feita a cirurgia plástica original, se recusou a comentar o caso, mas enfatizou o compromisso com a segurança do paciente. “O cirurgião em questão está atualmente suspenso”, diz.

(Metrópoles)