A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou que dois homens, de 48 e 77 anos, foram identificados com o superfungo Candida auris. Os dois estão internados nos hospitais Miguel Arraes, em Paulista, com confirmação para a infecção no dia 11, e o outro no Tricentenário, em Olinda, com confirmação para a infecção no dia 14, ambos na Região Metropolitana do Recife. Ainda de acordo com a SES-PE, os dois homens não deram entrada nos hospitais por causa do fungo. Com isso, os hospitais (Miguel Arraes e o Tricentenário, de onde veio um dos pacientes) estão interditados para receber novos pacientes. No caso do Tricentenário, a interdição é parcial.
Os que chegam são transferidos para outras unidades. Os locais serão acompanhados e a liberação se dará, pela Central Estadual de Regulação de Leitos, juntamente com a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), quando tiver três coletas negativas no intervalo de 72 horas. Hoje foi realizada mais uma.
Devido ao alto risco do superfungo, ambos os hospitais intensificaram as ações de higiene, incluindo limpeza e desinfecção, para bloqueio e controle da propagação do fungo. “Nos setores onde os pacientes estão internados foi estabelecida imediata intensificação das ações de limpeza e desinfecção de ambientes. Para detecção de possíveis novos casos, estão sendo realizadas a busca e a investigação diagnóstica de todos os contactantes que coabitaram os espaços de internamento com os doentes. Investigações em andamento também buscam esclarecer se os casos são originários das referidas unidades hospitalares ou se sua colonização ocorreu em ambientes extra-hospitalares”, informou, em nota, a SES-PE.
Leia mais:A Secretaria também está investigando possíveis novos casos, no entanto, até o momento, segundo a SES-PE, nenhum outro foi identificado além dos dois homens, que não tinham qualquer tipo de relação. O tratamento dos dois homens segue por meio de antifúngicos e antibióticos.
O Candida auris é de difícil diagnóstico e recebeu a alcunha de “superfungo” por ser resistente a praticamente todos os medicamentos. Sem um protocolo específico, ele pode ser confundido com vários outros tipos comuns. O fungo pode causar doenças em pessoas que possuem a imunidade mais comprometida e estão internadas por algum tempo.
O superfungo pode causar infecções invasivas, graves e associadas à alta mortalidade, podendo apresentar características de multirresistência e levar à ocorrência de surtos em serviços de saúde.
No Brasil, o primeiro caso foi identificado em 2020, em um paciente que estava internado em uma unidade de saúde em Salvador, na Bahia, tendo existido desde então relato de novos casos. Em Pernambuco, os dois primeiros casos do superfungo foram oficializados em janeiro de 2022, em uma mulher de 70 anos, e um homem, de 67. Ambos estavam internados no Hospital da Restauração. A mulher veio a óbito.
Sete meses depois, a SES-PE informou que 48 pacientes foram infectados pelo fungo. Sendo 47 detectados no Hospital da Restauração e um no Hospital Miguel Arraes. Para identificar o Candida auris é preciso realizar um exame no Laboratório Central de Pernambuco (Lacen PE).
(Fonte: Diário de Pernambuco)