O uso excessivo de aplicativos de relacionamento pode ter efeitos negativos na saúde mental, de acordo com um alerta feito por uma psicóloga. Embora essas plataformas facilitem a busca por um parceiro, pesquisas indicam que passar muito tempo nelas pode aumentar as chances de ansiedade e até depressão. Um estudo publicado na revista científica Mary Ann Liebert, que envolveu mais de 370 pessoas, revelou esses possíveis danos à saúde mental.
Segundo a psicóloga clínica Tatiane Paula, antes do advento dos aplicativos de relacionamento, as pessoas precisavam ser mais ativas nas relações interpessoais para encontrar um parceiro. Hoje em dia, as redes sociais e os aplicativos ocupam um espaço importante e estabelecem critérios facilmente definidos nos filtros dessas plataformas, como hobbies, profissões e preferências. Isso leva a um aumento na autocobrança e no nível de exigência que as pessoas impõem a si mesmas. Como resultado, podem surgir sintomas como ansiedade, angústia, impotência, insônia, compulsões e outros fatores de risco para doenças mentais.
Um fenômeno conhecido como “dating burnout” também está em evidência, sendo um termo usado para descrever um esgotamento emocional causado pelo uso excessivo desses aplicativos. Uma reclamação comum dos usuários é a sensação de rejeição, falta de curtidas, ausência de respostas e aumento das pressões relacionadas à aparência física. De acordo com a especialista, essas questões potencializam sentimentos de inadequação e inferioridade.
Leia mais:Além dos impactos na saúde mental, é importante estar atento(a) aos golpes amorosos que ocorrem nesse ambiente virtual de relacionamentos. Portanto, é essencial moderar as expectativas em relação à interação com os outros e evitar fornecer informações pessoais demais. Algumas dicas de segurança incluem não divulgar endereço residencial ou de trabalho, compartilhar a localização com alguém de confiança ao marcar um encontro, não fornecer detalhes sobre a vida financeira ou dados bancários pessoais e verificar as redes sociais da pessoa para garantir a veracidade das informações fornecidas.
Tatiane ressalta que é importante não depositar todas as questões pessoais no outro indivíduo. É crucial conhecer a pessoa o máximo possível e entender como ela se comportou em relacionamentos anteriores. Golpistas costumam apresentar características semelhantes a padrões de comportamento de transtorno de personalidade narcisista, como grandiosidade, manipulação e exibicionismo, e induzem as vítimas a desenvolverem dependência emocional. Eles descartam relações quando não lhes convém mais, mostrando falta de empatia, envolvimento genuíno e interesse real. Mentem para validar e satisfazer suas próprias necessidades, sem se importar com os sentimentos ou consequências dos outros.
Segundo a psicóloga, para se proteger emocionalmente dessas situações, é fundamental trabalhar o relacionamento consigo mesmo(a) e entender o que se busca em uma relação.
(Fonte: Correio Braziliense)