Atualização 30 de maio de 2023 por milacorreio
O uso excessivo de aplicativos de relacionamento pode ter efeitos negativos na saúde mental, de acordo com um alerta feito por uma psicóloga. Embora essas plataformas facilitem a busca por um parceiro, pesquisas indicam que passar muito tempo nelas pode aumentar as chances de ansiedade e até depressão. Um estudo publicado na revista científica Mary Ann Liebert, que envolveu mais de 370 pessoas, revelou esses possíveis danos à saúde mental.
Segundo a psicóloga clínica Tatiane Paula, antes do advento dos aplicativos de relacionamento, as pessoas precisavam ser mais ativas nas relações interpessoais para encontrar um parceiro. Hoje em dia, as redes sociais e os aplicativos ocupam um espaço importante e estabelecem critérios facilmente definidos nos filtros dessas plataformas, como hobbies, profissões e preferências. Isso leva a um aumento na autocobrança e no nível de exigência que as pessoas impõem a si mesmas. Como resultado, podem surgir sintomas como ansiedade, angústia, impotência, insônia, compulsões e outros fatores de risco para doenças mentais.
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Um fenômeno conhecido como “dating burnout” também está em evidência, sendo um termo usado para descrever um esgotamento emocional causado pelo uso excessivo desses aplicativos. Uma reclamação comum dos usuários é a sensação de rejeição, falta de curtidas, ausência de respostas e aumento das pressões relacionadas à aparência física. De acordo com a especialista, essas questões potencializam sentimentos de inadequação e inferioridade.
Além dos impactos na saúde mental, é importante estar atento(a) aos golpes amorosos que ocorrem nesse ambiente virtual de relacionamentos. Portanto, é essencial moderar as expectativas em relação à interação com os outros e evitar fornecer informações pessoais demais. Algumas dicas de segurança incluem não divulgar endereço residencial ou de trabalho, compartilhar a localização com alguém de confiança ao marcar um encontro, não fornecer detalhes sobre a vida financeira ou dados bancários pessoais e verificar as redes sociais da pessoa para garantir a veracidade das informações fornecidas.
Tatiane ressalta que é importante não depositar todas as questões pessoais no outro indivíduo. É crucial conhecer a pessoa o máximo possível e entender como ela se comportou em relacionamentos anteriores. Golpistas costumam apresentar características semelhantes a padrões de comportamento de transtorno de personalidade narcisista, como grandiosidade, manipulação e exibicionismo, e induzem as vítimas a desenvolverem dependência emocional. Eles descartam relações quando não lhes convém mais, mostrando falta de empatia, envolvimento genuíno e interesse real. Mentem para validar e satisfazer suas próprias necessidades, sem se importar com os sentimentos ou consequências dos outros.
Segundo a psicóloga, para se proteger emocionalmente dessas situações, é fundamental trabalhar o relacionamento consigo mesmo(a) e entender o que se busca em uma relação.
(Fonte: Correio Braziliense)