Correio de Carajás

Apesar da polêmica com barqueiros, a fiscalização seguirá rígida em Marabá

Apesar do discurso educativo, militares foram contundentes nas ações junto ao transporte de passageiros

Momento do bate-boca e da abordagem dos militares aos barqueiros/ Fotos: Josseli Carvalho

Os militares da Capitania dos Portos que estão em Marabá seguem sem dar entrevista oficial à imprensa local, alegando que apenas a Marinha, em Belém, pode falar sobre as ações aqui realizadas. Mas o que o CORREIO levantou é que a rigidez na fiscalização deve continuar nos próximos dias. No sábado (8), houve um grande bate-boca entre os barqueiros e os militares devido à exigência do documento de arrais amador dos condutores de barcos de passageiros para a praia.

Houve até paralisação das travessias, em protesto, da parte dos barqueiros. Os que estavam com as habilitações em dia se solidarizaram com os que não estavam e cruzaram os braços durante toda a manhã de sábado. O ato causou grande alvoroço, devido a enorme quantidade de veranistas querendo atravessar o rio, a partir da rampa da Colônia de Pescadores Z-30, no Bairro Santa Rosa.

Ninguém chegou a ser autuado ou a ter o barco apreendido, uma vez que na primeira abordagem dos militares o transporte já foi cancelado. A equipe de fiscalização estava em duas motos aquáticas e uma lancha, como adiantado em reportagem anterior do CORREIO.

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Segundo o barqueiro Paulo Henrique Santos, em entrevista ao Jornal no sábado, o trabalho da Marinha deveria ter ocorrido em duas etapas: vindo previamente à cidade para ofertar a legalização aos barqueiros, antes da efetiva fiscalização.

“Não tem capitania dos portos aqui em Marabá, não tem onde o barqueiro simples ir procurar tirar a sua carteira. Eles vêm aqui só quando morre alguém. Todo mundo quer estar com sua situação em dia, mas como vai fazer isso? Eles querem que a gente vá em Belém e nem todo mundo tem essa condição”, reclama.

O professor Elson Cunha Rodrigues, veranista que gosta de acampar na Praia do Tucunaré, aprova a presença da marinha e o rigor na fiscalização. Na visão dele, há muitos condutores de embarcações que não são habilitados e isso é um problema.

Alguns dos barqueiros dizem, por outro lado, que o rigor dos militares não é o mesmo com os condutores de lanchas e jets.

JULHO

Este foi o primeiro final de semana com fiscalização efetiva das embarcações neste verão. Desta vez a capitania mandou 20 militares, entre homens e mulheres. Eles estão alojados no quartel do 52º BIS e com suporte de lancha, jets e van, com equipamentos de apoio.

Ao Correio, disseram, informalmente, que o objetivo principal seria educativo, primeiramente conversando com barqueiros e condutores de lanchas e motos aquáticas. No caso dessas duas últimas, verificando documentação das embarcações e dos pilotos.

Já no caso dos barcos que transportam banhistas para a Praia do Tucunaré, está sendo exigido que os passageiros estejam utilizando o colete salva-vidas a partir do momento em que entram no transporte e até o final da viagem.

Nos dois primeiros dias em Marabá os militares tiveram longas conversas com os barqueiros que exploram comercialmente a travessia para a praia. A conversa foi educativa, mas deixando o recado de que a teimosia não será tolerada. Casos de reincidência no transporte irregular, serão enquadrados na lei. (Da Redação)