Correio de Carajás

Apesar da chuva que castiga Marabá, enchente ainda não preocupa moradores

As canoas estão cada vez mais próximas da borda da Orla Sebastião Miranda/Fotos: Evangelista Rocha

Há quatro dias o marabaense acorda com a chuva martelando no telhado. As gotas começam a cair ainda de madrugada e perduram até o meio da manhã. E se por um lado o volume de chuva desta semana está maior do que nas anteriores, o nível do Rio Tocantins está abaixo do alerta de enchente.

A Reportagem do CORREIO esteve na régua fluviométrica na manhã desta quinta-feira, 22, e verificou que o nível do Tocantins está a 7,64 metros, sendo 2,86 metros abaixo da medida de risco, que é de 10,50 metros.

 

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Na manhã de quinta-feira, 22, a régua fluviométrica do Rio Tocantins marca 7,64 metros

Apesar das constantes chuvas em Marabá, não é este o fluxo que determina a elevação dos rios nesta região. Para que o impacto seja sentido aqui, é preciso que o volume de água seja grande em suas cabeceiras. O Rio Tocantins nasce no interior do Distrito Federal e o Itacaiunas no sul do Pará, no município de Água Azul do Norte.

Apesar das manhãs chuvosas ainda não assustarem aqueles que sofrem a cada enchente, os moradores estão atentos à situação e já pensam nas medidas que irão tomar caso ela chegue.

Rua São Pedro, na Marabá Pioneira, ainda está seca, mas é uma das primeiras daquele núcleo a serem cobertas pela enchente

É o caso de Lucélia Miranda Paixão, moradora da Rua Santo Antônio, localizada na Marabá Pioneira. “Às vezes a gente tem que sair daqui lá pelo começo de janeiro”, conta.

Ela reflete que mesmo com a chuva, a situação está melhor do que em anos anteriores. “Com a enchente fica pior, a gente perde muita coisa e até agora não encheu o bastante para tirar ninguém de casa”, comemora.

Lucélia, na Rua Santo Antônio, acredita que a enchente pode demorar, mas vai chegar

Questionada pela reportagem sobre que altura a água costuma chegar em sua casa, ela aponta para a parede e indica um ponto localizado a cerca de 2 metros do chão. Lucélia acredita que a enchente pode demorar um pouco, mas que vai chegar e ela já se prepara para esse momento, quando terá que se mudar para um dos abrigos construídos pela prefeitura.

Durante a enchente, o Campo Del Cobra costuma ficar coberto de água

A Rua Santo Antônio é vizinha do Campo Del Cobra, um dos primeiros locais a serem assolados pela cheia e, apesar da umidade acumulada devido à chuva dos últimos dias, é possível dizer que aquele perímetro ainda está “seco”. (Luciana Araújo)