Correio de Carajás

Ao estilo do pai, Balão põe Águia à frente do Remo na final

Torcida do Azulão dá show nas arquibancadas empurrando o time e a defesa mostra seu valor mais uma vez

Balão Marabá, já sem camisa, vibra com o gol antológico no Zinho Oliveira junto com colegas de time

Quem é das antigas e viu Balão Marabá (Antunes da Silva Costa) marcar um belo gol de falta na noite desta quinta-feira, 18, na final do Campeonato Paraense, certamente lembrou-se da genialidade de seu pai, Edmilson Paixão, ou Edmilson Botafogo, fazendo gol com a mesma categoria no mesmo estádio Zinho Oliveira nas décadas de 1970 e 1980, pelo Bangu.

Estilo de toque na bola de Balão lembrou o seu pai Edmilson Paixão pelo Bangu

O jogo foi apenas o primeiro que vale o título de campeão paraense de 2023, mas mostrou que o Azulão não é menos qualificado que o Remo para levantar o caneco.

Com uma recepção calorosa e de arrepiar, o Águia chegou ao lotado Zinho Oliveira disposto a dar tudo para sair com a vitória dentro de casa. O jogo foi cercado de emoções e com Balão sendo o herói da noite com destaque também para a dupla de zaga e outra vez Axel. A torcida gritava o tempo todo e ajudava o time a ser manter firme boa parte do jogo.

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A guerra com a bola no é entre os jogadores começou desde o primeiro lance. Se o primeiro escanteio e primeiro chute a gol foram do Clube do Remo, o susto grande foi do Azulão, com uma bola escorada de cabeça pelo gigante Luan Parede e Castro quase abre o placar.

Aos onze minutos, depois de uma linda troca de passes aguiana, Castro mais uma vez arranca o ‘uuhhh’ da torcida, mas o goleiro Vinícius evita o gol, salvando o Leão.

O lance mais perigoso remista veio no cruzamento de Leonan, porém Davi Cruz e Betão chegaram no abafa e evitaram que o artilheiro Muriqui chegasse na bola.

O Águia controlava melhor a partida, mas recuou durante alguns minutos e Mathaus Sodré pediu que o time avançasse. Aos 25 minutos, numa escapa pela esquerda com Evandro e Alan Maia, Luan Parede recebeu, virou e Vinícius mais uma vez impediu o gol. Na sequência, Alan Maia pegou o rebote e encobriu a maioria dos remistas, exceto Ícaro, que em cima da linha salva o gol.

Se o jogo ainda não tinha exigido o goleiro Axel, próximo aos 30 minutos foi a vez do arqueiro marabaense aparecer, depois de um chute muito forte e perigoso de Anderson Uchoa, defendido por Axel. O lado esquerdo do Remo era o setor mais usado pelo Leão. Em outro cruzamento os azulinos levaram perigo, no entanto a zaga afastou mais uma vez.

A melhor chance do Remo veio aos 36 minutos, depois de um vacilo da zaga, Richard Franco sai de cara com Axel, que levou a melhor diante do atacante e prova mais uma vez por que é um dos melhores jogadores desse Paraense.

O Águia não demorou a dar a resposta e em mais uma jogada pela direita entre Bruno Lima e Wander, Parede quase marca de cabeça. Minutos depois o Azulão cria mais uma jogada de gol, mas o chute de Alan Maia para em Vinícius.

No primeiro tempo o Águia foi melhor na posse de bola e criação das jogadas, ora pela esquerda, ora pela direita, mas pecou no toque final. O Remo levava perigo pelo lado esquerdo e aproveitando algumas saídas erradas marabaenses e mesmo com as grandes chances das duas equipes o placar permaneceu inalterado.

Na segunda etapa o Clube do Remo começou melhor, mantendo a posse de bola e procurando mais o ataque que o Águia até os 15 minutos. Com as dificuldades no jogo, Mathaus Sodré resolveu mexer na equipe. Luan Parede e Patrick deram lugar a Adauto e Luan Santos, que nos primeiros toques na bola quase marca. Adauto tocou e de primeira Luan Santos finalizou, porém o chute saiu fraco.

O segundo tempo foi marcado por mais contato e muitas jogadas, mas eram paradas com faltas. O Remo levou perigo com cabeçada de Galdezani e Axel defendeu. Logo após Pablo Roberto, pretendido pelo Flamengo, chutou forte no gol, mas para fora, para felicidade aguiana.

Com o Remo ainda melhor na partida, Mathaus colocou mais dois jogadores. Balão e Wendel entraram nos lugares de Alan Maia e Danilo. Em contra-ataque muito rápido puxado por Adauto e Wendel, a zaga azulina cortou uma bola promissora para o Águia.

Com sangue novo, o Azulão voltou a jogar bem e levar perigo contra o Remo e equilibrou a partida. O Leão também resolveu mudar, trocando Lucas Mdens e Pablo Roberto por Lucas Vasques e Álvaro. Em um lance de muito perigo, o Remo teve duas bolas interceptadas pelo Águia, primeiro Balão corta a bola sobra para o Remo e Betão se joga e tira um chute que tinha endereço.

Em um lance onde Luan Santos virou para cima de Diego Ivo, acabou sendo parado com falta. Então, surge uma bola parada quase em cima da linha da grande área e com Balão em campo, é claro que a bola era dele. O camisa 7 mostrou por que é o homem da bola parada, só tirando da barreira e deixando o goleiro estático: 1 a 0 Águia e a emoção tomou conta no Zinho Oliveira. Com o gol, Balão também chega à artilharia aguiana junto com Parede, Luan Santos e David Cruz.

O Remo sentiu o golpe, e enquanto errava o Águia mostrava que tem a melhor defesa do campeonato, afastando qualquer perigo. Se na hora que o Azulão criou bastante e não conseguiu marcar, mais uma vez a solução veio do banco de reservas e de novo Mathaus Sodré mostrou que conhece o elenco e tira o melhor de cada jogador, com Balão sendo o homem do gol da vitória da primeira final. Até Belém! Será que lá o título vem?

(Márcio Aquino)