Sancionada pelo atual presidente, a lei que autoriza a prática da ozonioterapia no Brasil não deve, na prática, alterar significativamente a forma como o tratamento é aplicado atualmente, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Não haverá afrouxamento nas autorizações para a ozonioterapia. A Anvisa está disposta a avaliar novos protocolos e solicitações, mas esse é um processo que não ocorre rapidamente”, ressalta o gerente de Tecnologia em Equipamentos da Anvisa, Anderson Pereira, em entrevista ao jornal O Globo.
Os equipamentos aprovados, até o momento, são destinados exclusivamente a fins odontológicos e estéticos. O cenário só muda caso a Anvisa reconheça a eficácia da ozonioterapia para tratamentos médicos.
Leia mais:“A Anvisa ressalta que há riscos à saúde oriundos da utilização indevida e indiscriminada desta tecnologia, sob indicações de uso que não foram, até o momento, científica e clinicamente comprovadas”, diz o órgão, em nota publicada no site da instituição.
Para obter a aprovação da Anvisa, as empresas devem apresentar todos os resultados mecânicos do equipamento, o que inclui testes de desempenho e demonstração da segurança da técnica. Estudos clínicos que comprovem a eficácia para determinadas indicações de uso ainda são necessários.
“Não existe nenhum equipamento de ozonioterapia aprovado pela Anvisa para uso médico, pois todos demonstraram ser clinicamente ineficazes. Atualmente, a aprovação se restringe ao uso em odontologia, como tratamento de cáries dentárias, prevenção e tratamento de condições inflamatórias, e procedimentos de limpeza de pele”, destaca Pereira.
O que é a ozonioterapia?
A ozonioterapia envolve a utilização dos gases ozônio e oxigênio, uma combinação com potencial para efeitos oxidantes e bactericidas. Os defensores da terapia explicam que ela pode ser aplicada diretamente através uma seringa, por via retal ou por outros orifícios.
Eles argumentam ainda que o ozônio possui propriedades anti-inflamatórias e antissépticas, e melhora a oxigenação do corpo, sendo eficaz no tratamento complementar de doenças autoimunes, problemas respiratórios, câncer, HIV e outras enfermidades.
Em teoria, a ozonioterapia pode fortalecer o sistema imunológico, mas as alegações carecem de evidências científicas. Além disso, a técnica é considerada insegura por especialistas, uma vez que, em muitos casos, terapias inadequadas podem agravar as condições de saúde.
(Metrópoles)