Correio de Carajás

Analfabetismo reduz no Brasil, mas Pará ainda tem alto índice

Meta é para que haja erradicação do analfabetismo em 2024 em todo o país, o que dificilmente deverá acontecer

O Pará já melhorou, mas ainda é um dos estados mais desafiadores do Brasil em relação ao analfabetismo

A taxa de analfabetismo no Brasil, das pessoas de 15 anos ou mais, recuou de 6,1% em 2019, para 5,6% em 2022. Os dados divulgados, na última quarta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que houve uma redução de pouco mais de 490 mil analfabetos no país, chegando a menor taxa da série, iniciada em 2016.

A taxa de analfabetismo é uma das metas do atual Plano Nacional de Educação (PNE), que tem vigência até 2024. Um dos itens seria a redução da taxa da população de 15 anos ou mais para 6,5% em 2015 e a erradicação em 2024. A meta intermediária foi alcançada em 2017 na média do Brasil, porém, no Nordeste e nos estados do Pará, Acre e Tocantins, e para a população preta ou parda, esse alvo ainda não foi alcançado.

No Norte do país a taxa de analfabetismo em 2016 estava em 6,7%, reduzindo para 5,6% em 2022. Contudo, o estado do Pará está entre os três, da Região Norte, que não atingiram a meta estipulada em 2015.

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Atrás do Acre, que tem 8,5% da população analfabeta, o Pará possui 7,4%, seguido do Tocantins, com 7,2%.

Com isso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o Norte do Brasil é o segundo colocado na taxa de analfabetismo de pessoas acima de 15 anos de idade, ficando atrás somente do Nordeste, que possui 11,7% da população analfabeta.

A Região Norte possui 6,4%, seguida do Centro-Oeste com 4%; Sul com 3% e Sudeste com 2,9%.

Essa é a primeira divulgação após a pandemia, e segundo os dados da instituição, o analfabetismo segue em trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda crianças, enquanto permanece um contingente de analfabetos, formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na infância e permanecem analfabetas na vida adulta.

A pesquisa divulgada pelo IBGE também aponta dados envolvendo outros indicadores, como o nível de instrução, frequência à escola e abandono escolar, fazendo recortes regionais e raciais.

Estado do Pará

Na colocação geral, o estado do Pará aparece em 11º lugar entre as maiores taxas de pessoas que não sabem ler ou escrever, atrás do Acre e dos nove estados da Região Nordeste.

Antes da divulgação dos resultados do IBGE, o Governo do Estado lançou, no mês de março, o programa “Alfabetiza Pará”, que fornecerá ferramentas técnicas, pedagógicas e financeiras para o desenvolvimento adequado da alfabetização nos 144 municípios do Pará.

O projeto irá auxiliar alunos dos anos iniciais (1º ao 5º ano) durante o período de alfabetização.

A proposta é disponibilizar recursos, ferramentas pedagógicas e avaliativas para que as cidades melhores o ensino ofertado nas redes municipais e estadual.

O programa funcionará em regime de colaboração e prevê bolsa para reforçar a atuação dos profissionais alfabetizadores frente aos recursos, especificidades e materiais didáticos disponibilizados pela iniciativa. Ainda estabelece premiação para escolas com os maiores resultados e para as menores uma contribuição financeira, em ambos os casos para dar continuidade e potencializar as ações de alfabetização nas escolas. (Ana Mangas)