Correio de Carajás

Amamentação prolongada diminui risco de obesidade infantil, diz estudo

Estudo com mais de 700 participantes comprovou a relação entre amamentação por mais de 6 meses e o baixo risco de obesidade infantil

Foto: Freepik

A amamentação por mais de seis meses está associada a um baixo risco de obesidade infantil, de acordo com um estudo apresentado na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), que aconteceu na Alemanha em outubro de 2023.

O ato de amamentar posterga o consumo de fórmulas infantis e de bebidas gaseificadas, que são associadas a níveis elevados de gordura e açúcar no sangue. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Anschutz Medical Campus da Universidade do Colorado, dos Estados Unidos.

A equipe de pesquisa analisou os dados de mais de 700 pares de mães e filhos que participaram do estudo Healthy Start. Em 2015, o levantamento avaliou como a situação da gravidez e o estilo de vida da mãe podem influenciar o desenvolvimento da criança.

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As mães tinham idade média de 29 anos no recrutamento e 51% dos bebês eram meninos. Os filhos tinham entre seis e 18 meses. Os pesquisadores agruparam os bebês conforme a duração da amamentação, a idade em que começaram a comer alimentos complementares e quando iniciaram ao consumo de refrigerantes. Um grupo que inclui apenas crianças que nunca foram amamentadas.

65% foram amamentados por pelo menos seis meses;
73% foram introduzidos a alimentos complementares aos 5 meses ou mais;
86% foram introduzidos ao refrigerante após os 18 meses.
Aos nove anos de idade, os jovens amamentados pelo período mínimo de seis de meses apresentaram 3,5% mais gordura corporal em comparação com aqueles que foram amamentados por mais tempo.

Já os consumidores de refrigerante antes dos 18 meses tinham 7,8% mais gordura corporal aos nove anos em comparação com aqueles que consumiram bebidas gaseificadas pela primeira vez aos 18 meses ou mais tarde.

Amamentação adequada
Segundo a pesquisadora Catherine Cohen, o ideal seria prolongar o período de amamentação para além de seis meses. “Embora este estudo não possa elucidar os potenciais mecanismos em jogo, pesquisas anteriores sugerem que a ligação entre a amamentação e o risco de obesidade pode ser causada por diferenças entre a composição nutricional do leite humano e a fórmula infantil”, afirma, em comunicado à imprensa.

O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a amamentação até os dois anos de idade ou mais, sendo somente leite materno nos primeiros 6 meses, sem necessidade de sucos, chás, água ou outros alimentos.

“As nossas descobertas somam-se ao conjunto mais amplo de evidências que apoiam os potenciais benefícios da amamentação para a saúde, tanto para as mães como para os seus filhos. É claro que são necessários estudos adicionais para confirmar se os nossos resultados também são generalizáveis ​​para outras populações”, aponta Catherine.

(Metrópoles)