Correio de Carajás

Alzheimer: a importância da avaliação precoce dos sinais iniciais do quadro

Identificar os sintomas iniciais permite adotar estratégias de cuidado que preservam a autonomia e a qualidade de vida dos pacientes

Foto: Freepik

Dificuldades eventuais de memória são comuns no envelhecimento. No entanto, quando esquecimentos se tornam frequentes, progressivos e interferem nas atividades diárias, podem indicar o início de um processo neurodegenerativo.

Identificar precocemente os sinais do Alzheimer permite iniciar o acompanhamento clínico de forma oportuna e preservar a qualidade de vida do paciente.

Déficits cognitivos iniciais: mais do que lapsos de memória

A doença de Alzheimer caracteriza-se, inicialmente, por alterações sutis na memória episódica, especialmente a capacidade de reter novas informações. Os sinais iniciais podem incluir:

Leia mais:
  • esquecimento recorrente de eventos recentes;
  • repetição de perguntas ou histórias em curtos intervalos;
  • dificuldade em acompanhar conversas ou instruções sequenciais;
  • esquecimento recorrente de objetos ou compromissos.

Esses déficits tendem a ser mais evidentes em tarefas que exigem memória de curto prazo e atenção, afetando a autonomia do indivíduo de maneira progressiva.

Alterações comportamentais e neuropsiquiátricas

Além do comprometimento cognitivo, o Alzheimer pode apresentar sintomas comportamentais e emocionais. Entre os mais frequentes:

  • apatia ou perda de iniciativa;
  • alterações de humor, como irritabilidade ou depressão;
  • comportamento desconfiado ou paranoide;
  • dificuldade em lidar com mudanças na rotina;
  • redução da capacidade de julgamento ou tomada de decisões.

Estes sinais são, muitas vezes, percebidos primeiro pelos familiares e cuidadores próximos.

Avaliação neurológica: um passo essencial

O diagnóstico precoce do Alzheimer é clínico e deve ser realizado por um especialista, com base em:

  • entrevista detalhada com o paciente e familiares;
  • testes neuropsicológicos padronizados;
  • avaliação funcional das atividades de vida diária;
  • exames laboratoriais para exclusão de outras causas (como distúrbios tireoidianos ou carência de vitaminas);
  • neuroimagem (ressonância magnética ou tomografia), quando indicado.

A detecção precoce também permite diferenciar o Alzheimer de outras causas de demência, como demência vascular e demência por corpos de Lewy.

Intervenção precoce: impacto no prognóstico

Embora a doença de Alzheimer não tenha cura, o diagnóstico em estágios iniciais oferece múltiplos benefícios:

  • introdução precoce de terapias medicamentosas e não medicamentosas;
  • planejamento familiar e suporte psicossocial estruturado;
  • redução de riscos de eventos adversos relacionados à perda de autonomia;
  • maior tempo de preservação da função cognitiva com intervenções multidisciplinares;
  • participação em pesquisas clínicas.

Ainda que sua causa seja desconhecida, alguns fatores de risco podem estar atrelados ao desenvolvimento da doença, como: idade, histórico familiar, fatores genéticos, doença cardiovascular, obesidade, diabetes e tabagismo.

Conclusão

A identificação dos sinais precoces do Alzheimer é uma etapa fundamental no cuidado neurológico do idoso. Ao menor indício de alteração de memória, linguagem ou comportamento, recomenda-se procurar avaliação especializada. O acompanhamento contínuo, aliado a estratégias terapêuticas personalizadas, pode fazer grande diferença na trajetória da doença.

(Fonte:CNN Brasil)