Há quem vivencie o protagonismo nas quadras do bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, através das juninas ou bois e há quem saiba o que é ser coadjuvante perante o público, entrando em cena nos intervalos acompanhada de uma vassoura, para garantir algo grande, porém ignorada relevância: a higiene do evento. Mas, há também quem experiencie os dois lados nessa narrativa que é o Festejo Junino de Marabá.
A indumentária azul com penas exuberantes e a maquiagem realçando sua beleza é uma das duas vestimentas usadas por Diana Rocha Soares, nos dez dias de programação. Na maior parte do tempo, ela que presta serviço para o Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM), atua varrendo os confetes estourados durante as apresentações e garantindo um palco impecável para os artistas da noite.
Apesar da indiferença com que alguns ainda tratam os garis e da invisibilidade da profissão, ela não esconde o orgulho e o empenho da profissão: “Vou trabalhar todos os dias da programação e, no sábado, quando precisei me apresentar, cumpri minhas horas de serviço durante o dia”, relatou.
Leia mais:Mas, caminhando de conjunto laranja pela arena, ela também consegue chamar a atenção dos olhares do público e das lentes dos fotógrafos. Cunhã-Poranga do Boi-Bumbá Flor do Campo há mais de 20 anos, ela representa como ninguém a etimologia indígena da palavra. A marabaense, com certeza, é expressivamente bonita.
HISTÓRIA E REPRESENTATIVIDADE
A aparição da Cunhã-Poranga é uma das mais esperadas e fazer esse papel é o sonho de muitas meninas e mulheres que acompanham e se identificam com o festejo. Assim, inevitavelmente, a figura desta mulher indígena teatralizada atrela-se a significados e expressões do feminino, tendo a festa, formal e/ou informalmente, um importante papel educativo, posto que voltado para as massas, enquanto manifestação da cultura popular brasileira e amazônica.
Sobre a competição, Diana contou à reportagem do Correio de Carajás que a expectativa está alta: “O Flor do Campo veio com tudo neste ano. Nos esforçamos muito e a esperança é de, no mínimo, ficarmos entre os cinco melhores”, disse. (Thays Araujo)