Correio de Carajás

Alixa abre exposição nesta sexta

Se inicia nesta sexta-feira (26) e prossegue até o dia 23 de novembro, na Galeria de Arte Vitória Barros, a exposição Paisagens Digitais, do professor e artista visual, Alixa (Alexandre Santos Filho). A mostra é reflexo da pesquisa que o artista vem desenvolvendo, desde os anos de 1990, sobre gravura, seus modos de produção e comportamento da imagem no meio digital. A galeria fica na Avenida Itacaiúnas, bairro Novo Horizonte, e a visitação, propriamente, começa na segunda-feira, dia 29.

Nesta exposição, Alixa mostrará uma gravura contemporânea, alinhada com os novos processos tecnológicos de impressão e suporte de imagens, da qual chama de Digigravura, pois se vale de uma matriz digital para reprodução. O artista, também, convoca o espectador a reelaborar sua memória visual da vivência tocantina.

Para Alixa, as paisagens digitais se apresentam como interface proveniente das paisagens antropomórficas vivenciadas no contexto sociocultural em Marabá, cujo ensaio visual é fruto da experimentação com fotogramas (unidade componente do discurso visual no formato de um arquivo usado para mostrar a imagem digital) coletados na zona ribeirinha do rio Tocantins.

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A exposição é parte da ação realizada pelo Instituto de Arte Vitória Barros para ocupação de sua Galeria por artistas locais e regionais, o Programa Galeria Aberta, que libera uma chamada pública no início de cada ano para execução dos projetos no segundo semestre respectivo.

Embarcações que se juntam ao rio compõem a memória visual da vivência tocantina

SOBRE O ARTISTA

Alixa Santos é Alexandre Silva dos Santos Filho, artista visual desde 1979, ano em que fez sua primeira exposição de artes com os artistas de Belém. Realizou mais de oito exposições individuais e várias coletivas no Estado do Pará, em outras cidades brasileiras e no exterior. É formado em Arquitetura pela UFPA, especialista em Arte/Educação, Mestre em Cultura Contemporânea, Doutor em Educação e Pós-Doutor em Artes Visuais.

Alixa fez estágio de doutorado na Universidade de Aveiro, em Portugal, no Departamento de Comunicação e Arte e estágio pós doutoral no Programa de Pós-Graduação em Artes – PPGArtes/ICA/UFPA. Pesquisa Digigravura desde 1996, realizando exposições, publicando textos de estudos sobre o tema e promovendo formação a outros artistas.

É professor e pesquisador de Artes Visuais na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e Diretor do Instituto de Linguística, Letras e Artes (ILLA) na UNIFESSPA.

ANÁLISE

Ao analisar a obra que começa a ser exposta amanhã na Vitória Barros, o professor Dr. Wilson Roberto da Silva, que dá aula de Gravura na Faculdade de Artes Visuais da Unifesspa, observa que a poética do rio que flui sem cessar, do barco como meio de atravessá-lo nunca sem algum risco, e a perseverança em fazê-lo mesmo assim, é o augúrio de sorte e da beleza das imagens convertidas em forma de texto.

Professor Wilson diz mais: “Outro elemento interessante do trabalho ora apresentado são suas dimensões em grande formato e o uso predominante do PVC como suporte para impressão digital, evocando com esta escolha, parte do potencial destinado às mídias exteriores só que aplicadas no âmbito do espaço interno de uma residência, como objeto estético de fruição em recato, além de praticidade e durabilidade, pois não necessita de moldura e nem é tão suscetível à ação externa quanto é o papel, embora eles estejam presentes nesta mostra em minoria e em tamanhos mais reduzidos.”

Saiba mais

A gravura é um conjunto de técnicas milenarmente desenvolvidas para reprodução de imagens. Originalmente, teve desenvolvimento no Oriente do século V, porém desde o Paleolítico, o homem da pré-história já usava o que conhecemos como carimbo para reproduzir imagens. O nome de cada técnica está relacionada ao material em que se grava a matriz, ou seja, a base que irá receber a imagem a ser reproduzida, como exemplo, tem-se a Litogravura (pedra), Calcogravura (metal), Linoleogravura (linóleo) e a tão conhecida, Xilogravura (madeira).

(Da Redação)