A Assembleia Legislativa (Alepa) realizou na quarta-feira (27/10) a Sessão Especial para marcar o encerramento das ações do Poder Legislativo paraense no Outubro Rosa, campanha de conscientização e prevenção ao câncer de mama. A Sessão foi solicitada pela deputada Nilse Pinheiro, titular da Procuradoria da Mulher na Alepa.
“Outubro Rosa” acontece anualmente desde a década de 1990, e tem como principal objetivo alertar e conscientizar as mulheres e a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, proporcionar maior aceso aos serviços de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
“É um momento muito importante, estarmos reunidos para coroar o trabalho feito, com diversas ações, durante este mês do Outubro Rosa”, avaliou a parlamentar.
Leia mais:A coordenadora de integração das políticas públicas para as mulheres, Márcia Jorge, destacou que “a luta contra o câncer de mama não é só uma questão específica das mulheres, envolve também a consciência sobre alimentação saudável e outras coisas relacionadas à saúde integral das mulheres”.
O médico Hélio Franco lembrou que “o ideal é termos campanhas sistemáticas, enão apenas ações pontuais no mês de outubro. Precisamos lembrar que o câncer de mama tem cura em 97% dos casos, desde que o diagnóstico seja precoce”, explicou.
Estimativa
O Câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. São 2,2 milhões de casos novos por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dados do INCA mostram que, em 2021, 66.280 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A Região Norte deve registrar 1.970 casos novos até o final do ano, sendo 780 novos casos no Pará e 320 em Belém.
O câncer de mama já superou o de pulmão e já é o mais comum no mundo todo, segundo a Agência Internacional para a Investigação do Câncer da OMS. São mais de 2,2 milhões casos de câncer de mama diagnosticados anualmente. 11,7% de todos os casos de câncer. Segundo a OMS, o câncer de pulmão responde por 11,4% de todos os casos. Passou a ser o segundo mais incidente no mundo.
Importunação sexual nos estádios de futebol
Na Sessão Especial sobre o Outubro Rosa, a titular da Procuradoria da Mulher, deputada Nilse Pinheiro, aproveitou para oficializar o lançamento da campanha de combate à importunação sexual contra as mulheres nos estádios de futebol.
“Há uma diferença entre assédio e importunação. A Lei que criminaliza esse tipo de conduta está em vigor desde 2018, mas ainda é pouco conhecida pela população, principalmente pelas mulheres, que não sabem que podem denunciar os agressores”, explica a deputada. “Esta campanha será permanente, para que possa ser capilarizada para todos os 144 municípios paraenses”.
O Pará registrou 566 casos de importunação sexual contra as mulheres, de janeiro a setembro deste ano. O número corresponde a um aumento de 39% nos casos registrados, em comparação com 2020, quando foram notificados 399 casos.
“O que sabemos é que não existe lugar seguro para nós, mulheres. Ou já sofremos ou, em algum momento, vamos sofrer violência de alguma forma. E esse tipo de violência tem um impacto muito sério na saúde física e mental da mulher”, destacou a juíza Rejane de Oliveira.
O coronel da polícia militar Carlos Dória lembrou que ” a arma mais forte que a mulher tem hoje é a informação. Nos assusta saber que ainda hoje, muitas mulheres acreditam que a importunação fazem parte da cultura comportamental dos homens. Não é cultural, é uma violência”, avalia. “Estamos fazendo um trabalho de conscientização dos homens nos campos de futebol, mas não nos privaremos de uma autuação coercitiva, se for necessário”, alertou.
As representantes de mulheres nas torcidas, Lílian Freitas, do Paissandú, e Eliziane Coelho, do movimento feminino de arquibancadas, lembraram: “Somos um público pagante importante, nós temos os mesmos direitos dos torcedores em campo”, diz Líliam.
“E temos o direito de vestir o que quisermos e estarmos onde quisermos, seja no gramado, na arquibancada ou no estacionamento dos estádios, sem sofremos constrangimentos e sermos molestadas”, afirmou Eliziane Coelho.
Poesia
O promotor de justiça Franklin Lobato Prado é parceiro da Procuradoria da Mulher e apresentou um resumo do trabalho desenvolvido. “Este é um conjunto de 30 ações que pudemos desenvolver em parceria com a Alepa e a Procuradoria da Mulher, em defesa dos direitos das mulheres paraenses”, disse ele.
No final da Sessão Especial, o promotor de justiça Franklin Lobato Prado lançou o livro “100 páginas de poesia”, de sua autoria. (Texto: Ascom Alepa)