Correio de Carajás

Alepa reconhece obra musical de Joelma como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará

Proposta da deputada Lívia Duarte foi aprovada na Assembleia Legislativa, destacando a contribuição da cantora para a cultura paraense e sua relevância nacional como “Rainha do Calypso”

Foto: Divulgação

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou, na manhã desta terça-feira (24), o Projeto de Lei nº 715/2023, que declara a obra musical da artista paraense Joelma como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. De autoria da deputada Lívia Duarte (PSOL), a proposta foi aprovada por unanimidade.

O objetivo da matéria é demonstrar o valor social e cultural que a cantora paraense Joelma agrega ao patrimônio histórico-cultural paraense. “A artista leva a cultura do Pará aos quatro cantos do mundo, destacando os ritmos e danças característicos do Estado”, pontua Lívia Duarte. “Meus agradecimentos a todos pelo reconhecimento à obra musical de Joelma da Silva Mendes, a Joelma”, agradeceu.

Joelma levou o público à loucura ao cantar, em novembro de 2023, no palco do Prêmio Multishow 2023, a música que viralizou nas redes sociais, “Voando pro Pará”, com destaque para o trecho famoso: “eu vou tomar um tacacá”. A premiação ocorreu no Rio de Janeiro e a cantora foi um dos destaques, mostrando o vozeirão e todo o talento na performance cheia de dança e passos de difícil execução, acompanhada da sua bota e de um fôlego de dar inveja.

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Sobre a artista

Nascida na cidade de Almeirim, região do Baixo Amazonas, no Pará, Joelma é consistentemente creditada por levantar a bandeira da música paraense e recebeu apelidos honorários, incluindo o de “Rainha do Calypso”. É conhecida pela sua presença de palco, caracterizada pela habilidade de cantar e dançar ao mesmo tempo e sobre suas botas de plataforma com salto alto, sem “perder o fôlego”.

Em 1999, Joelma formou com o guitarrista Ximbinha, seu então marido, a Banda Calypso. O casal atingiu o auge comercial de sua carreira na década de 2000 e foi líder em vendas de discos no Brasil. Em 2006, tornou-se a única banda em toda a história da música brasileira a receber o disco de diamante quíntuplo pelas vendas de seu DVD Banda Calypso pelo Brasil, que se tornou o mais vendido de todos os tempos no país, com mais de 2,5 milhões de cópias vendidas. Em 2007, em levantamento feito pelo instituto de pesquisas Datafolha, Joelma estava na lista de artistas mais populares do país.

Após o encerramento das atividades da Banda Calypso, em dezembro de 2015, Joelma passou os três meses seguintes concentrando seus esforços na produção de sua estreia na carreira solo. Em 2016, ela lançou seu álbum de estreia como artista solo autointitulado Joelma, que atingiu a segunda posição na parada de discos da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), e teve três singles, entre eles o carro-chefe “Voando pro Pará” e “Não Teve Amor”. Em 2017, lançou seu primeiro álbum ao vivo, Avante, que recebeu o disco de ouro pela Pro-Música Brasil (PMB). Em 2020, foi lançado seu segundo registro ao vivo, 25 Anos. Em 2022, Joelma lançou seu terceiro álbum ao vivo, Isso É Calypso na Amazônia.

Ao longo de sua carreira, Joelma vendeu cerca de 20 milhões de álbuns, sendo reconhecida como uma recordista de vendas de discos no Brasil, e acumulou diversas vitórias e indicações a prêmios importantes da música, incluindo três indicações ao Grammy Latino. Em 2012, ela foi eleita uma das 100 maiores personalidades do Brasil no programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, do SBT.

RAINHAS DAS RAINHAS

Um marco da cultura paraense no período carnavalesco, o concurso Rainha das Rainhas do Carnaval Paraense foi declarado Patrimônio Cultural e Artístico de Natureza Imaterial do Estado pelos deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), nesta terça-feira (24). A disputa ocorre sempre nos meses de fevereiro ou março, anualmente, na cidade de Belém, e reúne representantes do gênero feminino de cerca de 15 clubes da capital paraense. O evento é o maior concurso de beleza do Norte e Nordeste do Brasil.

Fernanda Costa foi escolhida Rainha das Rainhas 2024, pela Assembleia Paraense.

A proposta – Projeto de Lei nº 102/2024 – para reconhecer o concurso, mais popularmente conhecido como Rainha das Rainhas, é de autoria da deputada Ana Cunha (PSDB). Criado pela família Maranhão, então proprietária do jornal “Folha do Norte”, o evento teve sua primeira edição em 1947, na sede do Clube dos Aliados, tendo como convidado especial o governador do Pará.

O “Folha do Norte” fez um grande marketing do evento, que a partir disso passou a ser realizado anualmente, tendo como coordenador Ossian Brito, que decidiu então que os jurados seriam pessoas “em trânsito” pela cidade de Belém, para que de forma alguma houvesse influência no resultado final.

A popularidade do Rainha das Rainhas veio com o início das transmissões pela televisão aberta. A primeira delas foi realizada em 1976, com a inauguração da TV Liberal. Para a edição de 2024, o concurso voltou a passar por reformulação e causou mais uma mudança de local.

Após 12 anos (excluindo às edições de 2021 e 2022, que não aconteceram), o Rainhas deixou o Hangar Convenções & Feiras da Amazônia e voltou a ser realizado na Assembleia Paraense, cuja última edição realizada no local foi em 2007. A mudança faz parte de um projeto que visa resgatar vitórias e origens do certame, que sempre buscou valorizar a cultura e beleza das diversas regiões paraenses.

(Ascom Alepa)