Correio de Carajás

Águia tem missão quase impossível nesta quarta-feira

Delegação de Marabá viajou ontem para Belém, levando na bagagem a árdua missão de reverter uma diferença de dois gols. É difícil, mas não é impossível.

Por respeito ao futebol, é preciso acreditar que o Águia de Marabá ainda tem chances de chegar à final do Campeonato Paraense. O último representante do interior no certame perdeu em casa, no jogo de ida, por 1×3, e agora precisa, ao menos, vencer por dois gols de diferença para levar a disputa para os pênaltis.

Foi com esse objetivo que a delegação saiu de Marabá por volta das 21h de ontem (28) com destino a Belém. Durante esse trajeto de 540 km até a capital do Estado, muitos atletas possivelmente nem vão dormir, pensando no jogo, e quem pegar no sono vai sonhar com o Paysandu.

Um dos poucos jogadores que escaparam das críticas da torcida, o atacante Luan Parede (outrora vilipendiado) deixou claro, ao final da derrota de domingo (27), que ainda acredita numa virada: “O que eu tenho a dizer é que está aberto ainda. A gente pode muito bem chegar lá e reverter esse placar”.

Leia mais:

Luan Parede fez o único gol do time na partida e ainda sofreu o pênalti, no apagar das luzes, que poderia ter diminuído a diferença, mas a cobrança foi desperdiçada pelo lateral Levy, que havia entrado no decorrer da peleja, e bateu quase nas mãos do goleiro Elias Curzel.

A torcida compareceu em peso e foi um espetáculo à parte. Mas não impediu a derrota.

Vando irritado

Ao final da partida, com um sonoro 3×1, dentro do Zinho Oliveira, o técnico Vando Costa não escondeu a irritação com o que viu em campo. “A gente tornou o jogo difícil”, resumiu, explicando que o time jogou apenas 16 minutos do primeiro tempo e de 15 a 20 na segunda etapa.

O treinador observou também que já tinha avisado sobre a qualidade dos jogadores do Paysandu. Na avaliação dele, os três gols do adversário foram entregados pelo Águia. “Eu não tenho nem como avaliar, porque a gente não fez o que vinha fazendo… Entregamos o jogo, fomos omissos, esperamos o adversário e deixamos o Paysandu jogar”, afirmou.

Do jogo

A irritação do técnico Vando Costa tem razão de ser. O time parece ter entrado desligado, dando muito espaço para o Paysandu trocar passes e, em alguns casos, ficando inerte na marcação. Foi assim o primeiro gol: um cruzamento que veio da direita e pegou o centroavante Darnlei livre para cabecear, enquanto o lateral direito Marcelinho ficou só assistindo.

O segundo gol teve uma batida de classe do meia Serginho, que meteu a bola na “gaveta”. Mas, antes disso, o Águia só assistiu uma troca de passes e bola alçada na área, até ela cair nos pés de Serginho, que chutou antes da chegada do volante Daniel.

Na segunda etapa, o Águia ensaiou uma reação, por meio do centroavante Luan Parede, de cabeça, depois de brigar pela bola na área. Mas a reação parou por aí. O que não parou foi a “entregação” de bola. Depois de uma sucessão de erros, do meio, o zagueiro Admilton e foi sair tocando para o lateral Werick e a bola acabou caindo nos pés de Polegar, que só tirou do goleiro.

No final, da partida veio a “cereja do bolo”: o pênalti sobre Luan Parede foi desperdiçado por Levy.

(Chagas Filho)