O empate de 3×3 no jogo-treino contra o Imperatriz, no último sábado (30), ascendeu uma luz de alerta no treinador do Águia de Marabá, Rafael Jacques. O time levou 3 gols em apenas 10 minutos, mas, com os ajustes feitos, dominou todo o segundo tempo, impondo-se física, tática e tecnicamente. No próximo sábado (6), o time viaja até João Lisbôa (MA), para “pagar” o jogo ao Imperatriz. Mas será no dia 13, no Estádio Zinho Oliveira, em Marabá, que a torcida vai poder ver finalmente uma amostra do Águia 2024. A partida é válida pela Recopa Paraense, contra o Canaã, campeão da Série B1.
A promessa é de que a partida, marcada para as 17 horas, será um jogo daqueles, porque haverá um troféu para ser entregue no final. Além disso, marcará de vez a entrada do Águia na temporada 2024, com um reencontro do campeão paraense com a sua torcida.
Enquanto isso, o trabalho está sendo feito debaixo de sol e chuva. Quem acompanha os treinos percebe que existe uma concorrência saudável dentro do elenco. Afinal são quase 30 jogadores querendo entrar em campo e no máximo somente 16 terão esse privilégio por jogo.
Leia mais:Inclusive, até mesmo os jogadores considerados “medalhões”, que foram campeões e permanecem no elenco, terão que mostrar serviço, conforme declarou o próprio Rafael Jacques em coletiva de Imprensa.
Segundo ele, os jogadores campeões largam com certa vantagem pela história que construíram, mas terão de mostrar isso em campo. Assim é o mundo do futebol.
Um trunfo que o Águia deve usar bastante serão os jogos no Estádio Zinho Oliveira. Isso se deve não apenas ao campo, mas principalmente à torcida, que, numa simbiose com o time, construiu em 2023 uma atmosfera que ajuda a melhorar o rendimento da equipe. Alguém duvida que agora será diferente?
Os desafios do Azulão serão grandes em 2024
O Parazão sempre foi uma pedreira e agora mais do que nunca. A dupla RE-PA sempre entra na competição como favorita e desta vez não será diferente. O Águia enfrentará um Clube do Remo “mordido”, tanto por ter perdido a final contra o próprio Águia quanto por não ter conseguido o acesso à Série B, feito que o rival Paysandu obteve.
Já o Papão entra no campeonato estadual montando um elenco forte para a Série B. já anunciou, inclusive, a contratação de reforços eu atuaram em times grandes da Série A, como Inter, Palmeiras e Grêmio. Ou seja, é possível que na reta final do Parazão o Paysandu esteja com uma equipe fortíssima.
Além do Campeonato Paraense, o Águia ainda terá a Copa do Brasil, onde pode encarar um adversário de Série A ou B logo na primeira fase; Copa Verde, competição que disputa pela primeira vez; e a Série D, onde tentará mais uma vez o acesso, disputando quatro vagas contra outras 63 equipes.
No ano passado, o Águia fez uma fase de grupos regular, mas na reta final da fase, o então treinador Mathaus Sodré deixou o clube e se criou uma instabilidade, de modo que o time marabaense caiu logo no primeiro mata-mata. Talvez se aquela situação não tivesse ocorrido, o Azulão poderia ter tido mais sorte na competição. De todo modo, ficou o aprendizado.
Não há centroavante fixo, mas há movimentação
Rafael Jacques tenta consolidar seu estilo de jogo, que, ao que parece, será bem diferente daquele implantada com sucesso pelo seu antecessor, Mathaus Sodré. Mas, espera-se que seja tão vitorioso quanto. É óbvio que ser bicampeão paraense é uma tarefa dificílima para um clube do interior, mas o Águia vai tentar.
Para tanto, Jacques vem com uma proposta diferente de 2023, quando a equipe jogava muito fechada, tendo por vezes cinco jogadores no meio campo e apenas um homem de área isolado na frente, fazendo o pivô para a chegada dos meias, volantes e laterais.
Esse homem de referência não existe no atual elenco e dificilmente existirá. O Águia ainda pode fazer mais duas contratações, mas um centroavante não é prioridade, conforme declaração dada pelo gerente de futebol, Roberto Ramalho, ao ser questionado sobre o assunto durante coletiva de Imprensa.
Pelo que se viu até aqui, a proposta é outra: o Águia parece apostar na mobilidade, tendo como centroavantes Aleilson e Braga, que fazem o papel de “falso 9”, com movimentação e poder de finalização. Braga é jovem, forte e rápido. Já Aleilson dispensa comentários. Além de ídolo no Águia, construiu uma carreira marcada por gols.
Se essa proposta dará certo, só o tempo dirá, mas o desenho do time começa a ganhar contornos mais visíveis.
Primeiros adversários definidos no Parazão
As três primeiras rodadas do Parazão estão definidas, com locais e datas. O Águia estreia no dia 20, em Marabá, contra a Tuna-Luso, às 16h30. Depois a delegação do campeão paraense viaja até Santarém, onde enfrenta o Tapajós FC, às 20h do dia 23 (uma terça-feira). Em seguida, o Azulão dá meia volta e encara ninguém menos que o Paysandu, novamente no Estádio Zinho Oliveira, no sábado, dia 27, às 17h.
Por ser o atual campeão da competição, o Águia é o cabeça de chave do Grupo A, ao lado de Bragantino, Castanhal e Canaã. Pelo regulamento da competição, os times do mesmo grupo não jogam entre si; as partidas são com as equipes dos outros grupos.
Assim sendo, além de Tuna, Tapajós e Paysandu, o Águia enfrentará: Caeté, Cametá, Remo, Santa Rosa e São Francisco. Mas a ordem dos jogos e os mandos de campo ainda não foram divulgados pela Federação Paraense de Futebol (FPF), entidade que promove o certame.
(Chagas Filho)