Embora o Águia de Marabá e o Clube do Remo já estejam classificados para o mata-mata do Parazão 2022, a partida da tarde deste sábado (26) entre os dois times, em Belém, está longe de ser um jogo amistoso. Tanto Águia quanto Remo precisam pontuar bem para terminar a fase de grupos entre os quatro primeiros colocados, o que lhes dá o direito de decidir a classificação para as semifinais em casa. E no caso do Águia tem mais coisa em jogo.
Segundo o técnico Wando, o Águia tem um planejamento de três partidas, a começar pela de hoje. “São três jogos pra gente poder ter um objetivo maior”, reforçou o técnico do Águia, Wando Costa, deixando claro que, depois do confronto com o Remo, o Águia fará uma decisão (em duas partidas), ainda não se sabe com quem, para chegar à semifinal, o que já garante o Águia na Série D. Ou seja, garante o tão sonhado calendário para o segundo semestre.
Preparação para o jogo
Leia mais:Wando comentou que no último jogo, na vitória sobreo Castanhal, os atletas saíram bem cansados, por isso ele aproveitou a semana para recuperar o elenco. Mesmo assim, os cartões amarelos e os problemas clínicos obrigam o treinador a promover mudanças no time que vai encarar o Remo no Baenão nesta tarde.
“Eu sempre falo pra eles que no futebol todos são importantes e quem está fora tem que prestar atenção pra quando entrar não ter dificuldade de manter o nível da equipe”, explica o treinador, que não divulgou a provável escalação. “Tenho várias situações na cabeça”, resumiu.
Perguntado sobre qual a importância do fortalecimento do elenco, que recebeu os meias Adauto e Flamel (que ainda não estreou) e os volantes Daniel e Balão, além dos laterais Levy e Elivelto, o técnico classificou esses jogadores como peças de qualidade, mas enalteceu quem já estava no time desde o início. “Estão dando uma reposta muito boa”, afirmou Wando, acrescentando que é preciso aproveitar essa ascendência.
Situação dos times
Atualmente, o Remo está em terceiro lugar na classificação geral, mas caso perca ou empate o jogo de hoje, fatalmente perderá posições. O caso do Águia é um pouco parecido. O time precisa vencer para ficar entre os quatro. Se empatar, dependerá de outros resultados.
“Vai se tornar um jogo difícil. A gente também precisa pontuar, pois pensamos que no mata-mata decidir em casa é importante. Tem tudo pra ser um grande jogo, não é um jogo de cumprir tabela”, técnico Wando Costa.
Confrontos decisivos prometem ser eletrizantes
Todos os seis jogos que definem os oito classificados para as quartas de final do Parazão acontecem neste sábado (26), às 15h30. O horário e o dia são os mesmos justamente para evitar qualquer tipo de favorecimento. E além de Remo e Águia em Belém, tem muita pedreira neste sábado.
A Tuna que está em segundo do Grupo B (cuja distância do primeiro pro último é de apenas 1 ponto) recebe o Caeté, que mesmo perdendo, se classifica pelo menos como um dos dois melhores terceiros.
Já o Bragantino, que está em terceiro do Grupo B (o mais parelho da competição) recebe o Castanhal, que está em terceiro do Grupo C, cujos times conseguiram a melhor pontuação, de forma geral.
Para se ter uma ideia da força dos times da Chave C, o Castanhal, último colocado do grupo, tem mais pontos do que o primeiro lugar do Grupo B. O problema do time da cidade modelo é que ele recebe um embalado Paysandu, melhor time da competição até aqui.
Outra disputa de terceiros colocados será entre Bragantino (3º do B) e Independente (3º do C). O Independente, com 11 pontos, está em situação um pouco mais confortável. Já o Bragantino precisa vencer e torcer por tropeços de Tapajós e/ou Tuna.
Por fim, o jogo dos desesperados: o Amazônia Independente, pior time até aqui, recebe o Itupiranga, lanterna do Grupo B. Os dois lutam para não cair, mas têm chance de morrerem abraçados.
Classificam-se para as quartas de final os dois primeiros de cada grupo e os dois melhores terceiros na pontuação geral. Além disso, os dois piores no geral serão rebaixados e os outros dois times que sobrarem ficam numa espécie de limbo: nem avança, de fase e nem caem.
Flamel fala em volta ao calendário nacional
Em sua oitava passagem pelo Azulão Marabaense, o meia Flamel disse que a expectativa é a melhor possível. “A equipe vive um bom momento. Temos que manter esses resultados”, declarou o meia, que é tido como um dos maiores jogadores da história do Águia.
Perguntado sobre como se deu a negociação que o trouxe de volta ao Zinho Oliveira, o jogador disse que tudo se desenrolou de forma rápida, pois ele já tem uma história no clube e já conhece o presidente Ferreirinha, então não pensou duas vezes em aceitar o desafio e assumir esse compromisso. “Queremos fazer um grande trabalho e voltar ao calendário nacional”, declarou.
A fala do jogador é emblemática, pois vai ao encontro do que disse o técnico Wando sobre ficar entre os quatro melhores e garantir uma vaga na Série B. E a reestreia de Flamel pode se dar logo neste sábado diante do Remo, time contra o qual ele fez um dos gols mais bonitos de sua carreira, uma linda cobertura em 2016. Mas ele é cauteloso, embora confiante. “Jogo complicado, difícil, mas a sequência tem sido boa”, declarou.
Flamel fala pouco e parece sempre tímido nas entrevistas, mas com a bola nos pés sempre foi muito extrovertido. Pelo Águia de Marabá, já fez gol de letra e até entrando com bola e tudo, dando lençol em zagueiro. O que a torcida espera é ver isso novamente.
(Chagas Filho)