Em uma semana marcada pela instituição da Comissão das Mulheres do Agro de Marabá, a líder rural e ex-prefeita de Rondon do Pará, Cristina Malcher, fez um discurso contundente durante a Expoama (Exposição Agropecuária de Marabá), defendendo não apenas a ampliação da voz feminina no setor, mas também um engajamento político mais estratégico por parte de todos os produtores rurais.
Conhecida pecuarista e ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Rondon do Pará, Malcher esteve na Expoama para oficializar e dar posse a nova comissão, um movimento que ela considera essencial para a força do agronegócio na região. “Marabá, com a sua importância que tem na agropecuária, não ficava bem ficar sem as mulheres do agro aqui da sua cidade”, afirmou em entrevista. Para ela, a criação do grupo é um reconhecimento de uma realidade já consolidada no campo.
“Hoje a mulher participa de forma presencial, de forma importante, protagonista mesmo, em grande parte das propriedades rurais no Brasil. E aqui em Marabá também nós temos mulheres que estão na gestão da sua propriedade, seja individualmente ou com seus maridos ou com seus pais. Então é importante que ela tenha essa oportunidade de se colocar”, destacou Malcher.
Leia mais:O objetivo da comissão, segundo a líder, transcende a gestão das fazendas. A meta é garantir que as mulheres participem ativamente das decisões que moldam o futuro do setor, incluindo as pautas sindicais e políticas. “Essa comissão somará muito ao setor rural aqui de Marabá”, previu.
Com a experiência de quem já esteve no comando do executivo municipal, Cristina Malcher fez uma defesa enfática da participação política como ferramenta de transformação. Ela rechaçou a ideia de que é possível se isentar do debate político, argumentando que ele é onipresente.
“As pessoas dizem: ‘ah, eu não gosto de política’. A política faz parte da nossa realidade. A gente faz política todo dia, toda hora”, declarou. Malcher distinguiu a política partidária da política setorial, mas ressaltou a necessidade de uma intersecção estratégica entre elas. Para ela, o setor precisa estar em “constante diálogo” com os representantes eleitos para resolver os impasses da atividade.
O apelo foi direto: o agronegócio precisa ocupar mais espaços na política institucional. “O que eu sempre digo é que o setor precisa ter candidatos, precisa apoiar candidatos que conheçam a nossa atividade, que vivam a nossa realidade, para que a gente possa estar avançando cada vez mais”, conclamou.
A Importância do Agro
Malcher finalizou sua fala reforçando a importância fundamental do agronegócio, que, segundo ela, é muitas vezes subestimada pela população urbana. Ela argumenta que a relevância do setor vai além dos indicadores econômicos, sendo uma questão de subsistência.
“A nossa importância é para a sobrevivência humana. Afinal de contas, é através da produção rural que se produz comida, se produz a roupa, o calçado”, explicou. Para ela, a política é o principal “canal de solução dos problemas” e o caminho para que o setor tenha seu valor devidamente reconhecido.
A criação da comissão feminina em Marabá, portanto, surge não como um fato isolado, mas como um sintoma de um movimento maior, que busca fortalecer o agronegócio de dentro para fora, dando voz às mulheres e projetando o setor para o centro das decisões políticas do país.
COMISSÃO
A Comissão das Mulheres do Agro de Marabá que foi empossada na última semana tem como presidente a jovem empresária Mariana Fernandes Olivi, acompanhada por outras colegas bastante envolvidas no dia a dia do Sindicato Rural de Marabá. Veja a lista da diretoria:
Presidente: Mariana Fernandes Olivi
Vice-presidente: Lorena de Castro Rezende
Diretora técnica: Maria Eduarda de Barros Malcher
Diretora financeira/Tesoureira: Claudia Aparecida Felipe
Diretora Social: Sinara Paese Honorato
(Da Redação)