Correio de Carajás

Agente patrimonial denuncia ‘surra de corrente’ do chefe na Prefeitura de Marabá

Flávio Duarte mostra as marcas da agressão que diz ter sido vítima de seu coordenador na Prefeitura

Flávio Duarte Ferreira, 38 anos, agente de segurança patrimonial, procurou a Reportagem do CORREIO na manhã desta quinta-feira, 16, para contar sobre agressões que sofreu em seu ambiente de trabalho. Segundo Flávio, a violência foi um ato de retaliação por conta de reclamações que levou até Jair Guimarães, secretário de Segurança Institucional de Marabá, e que envolviam Josafá Rozal de Souza, seu gestor imediato e coordenador.

Antes de falar com a Reportagem, Flávio foi até a 21ª Seccional de Polícia Civil e registou um Termo Circunstanciado de Ocorrência, onde contou sua história. Quando os agentes da lei viram as marcas de agressão no corpo do denunciante, Flavio foi orientado a ir até o Instituto Médico Legal (IML) realizar o exame de corpo de delito.

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De acordo com ele, por volta de 16 horas de quarta-feira, 15, enquanto cumpria seu plantão no posto do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizado Rua Carajás, Novo Horizonte, núcleo Cidade Nova, Josafá chegou muito exaltado e logo na entrada pegou uma corrente que estava no portão e partiu para agressão. Flávio conta que tentou se esquivar dos golpes, mas acabou sendo atingido. Além da corrente, o agente patrimonial relata que o coordenador pegou um facão e correu atrás dele, falando que iria “pegá-lo”.

Para a Reportagem, ele mostrou os ferimentos em um dos braços e na região das costas, além de contar, pessoalmente, sua versão da história. “Eu solicitei umas cadeiras lá para o posto e uma água mineral. E aí o meu coordenador não me atendeu e eu fui até o secretário (Jair Guimaraes) pedir essa água e as cadeiras e ele apoiou e mandou imediatamente a água. Com isso, no outro dia, Josafá já cortou minha alimentação e mudou meu horário de trabalho”, conta Flávio.

Dando continuação ao seu desabafo, ele fala que foi novamente até o secretário para mais uma vez contar sobre seus problemas. O agente diz que o secretário garantiu que iria devolver a comida e chegou até a ligar para Josafá, questionando o porquê da suspensão da alimentação de Flávio. Foi após essa ligação que, segundo o agente, Josafá foi até ele e o agrediu.

“Ele chegou com um facão na mão, tirou a corrente do portão com o cadeado e me agrediu, me dando várias correntadas (sic) na minha cabeça e no meu corpo e correu atrás de mim com o facão na mão dizendo que ia me matar”.

A vítima disse que procurou a Secretaria de Segurança Institucional e foi orientado a registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia. Ele também diz que buscou a Reportagem para contar o relato porque teme por sua vida.

O OUTRO LADO

Procurado pela Reportagem, para falar sobre o seu lado da história, Josafá Rozal de Souza não atendeu a ligação telefônica e nem respondeu as mensagens enviadas pelo WhatsApp.

A Reportagem também entrou em contato com Jair Guimaraes, para ouvir sua versão e saber quais procedimentos serão tomados a partir de agora. Em resposta, o secretário informou que o caso ainda não chegou oficialmente até ele e que é preciso aguardar as ocorrências pra tomar as medidas cabíveis e legais. (Luciana Araújo)