📅 Publicado em 22/10/2025 17h29
Luciene Vieira de Lima, uma servidora do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT), foi liberada após ser conduzida à delegacia sob a acusação de negociar a venda de um veículo que deveria estar sob custódia do órgão. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil e por meio de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela prefeitura.
A agente do DMTT de Parauapebas, Luciene Vieira de Lima, foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil na noite de terça-feira (21) pela Guarda Municipal, após uma denúncia de que estaria tentando vender uma motocicleta apreendida em um anúncio online. A servidora foi ouvida e liberada, devendo responder ao inquérito policial em liberdade. O marido dela também compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos.
O caso veio à tona quando o verdadeiro proprietário da motocicleta, apreendida há mais de um mês durante uma blitz, reconheceu seu veículo em um anúncio de venda publicado em um perfil de rede social vinculado à agente. O dono relatou que, desde a apreensão, vinha enfrentando dificuldades para regularizar a situação e reaver o bem junto ao órgão de trânsito.
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A descoberta
De acordo com a reportagem do SBT, o proprietário foi informado por terceiros de que a moto havia sido retirada do pátio de retenção em um carro do DMTT. Ao ver o anúncio, ele decidiu agir. O jovem simulou interesse na compra para confirmar a suspeita e reunir provas. Ele marcou um encontro com a agente para inspecionar o veículo e registrou a negociação.
Em uma gravação de áudio obtida durante a apuração, e que é atribuída à agente Luciene Lima, ela detalha como o processo de regularização seria feito após a venda: “Hoje ela não está em dias porque eu estou sem dinheiro. Mas na hora que eu vender, no ato da venda, a gente já pega esse dinheiro, já providencia a transferência, já para entregar toda certinha. Para sair no nome do rapaz aqui, que é meu vizinho, que é isso que ele quer, que tire do nome dele e já passar para o nome do novo proprietário.”
Com as provas em mãos, o proprietário acionou a polícia, que conduziu a agente e o marido à delegacia. A motocicleta foi apreendida e permanece no pátio da Depol à disposição das investigações.

Investigações
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso. Luciene Vieira de Lima deve responder pelos crimes de receptação e peculato, que consiste na apropriação de bens por funcionário público em razão do cargo. A agente atua no DMTT de Parauapebas desde 2013 e, segundo a reportagem, tem um salário superior a R$ 10.000 por mês.
Em nota oficial, a Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), informou que está acompanhando o caso e se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Paralelamente, a Semsi anunciou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta da servidora.
A gestão municipal reforçou que “não compactua, em nenhuma hipótese, com atitudes que atentem contra a legalidade e a confiança da população nos serviços públicos” e que aguarda a apuração dos fatos para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
A reportagem não teve acesso a Luciene para ouvir a sua versão sobre o assunto, nem a Polícia Civil divulgou o que ela disse na delegacia, mas seguimos à disposição da defesa da mesma, caso queira se manifestar.