Preso no dia último 22 como mandante do assassinato do venezuelano Daniel Alberto Gomez Brito, de 45 anos, o professor da rede pública estadual, Iran Medrada da Silva, contratou quatro advogados para fazer sua defesa. Em contato com nossa reportagem, os advogados Alexandre Borges, Andreia Hering, Leonardo Queiroz e Manoel Oliver alegam que não havia necessidade da prisão, pois o professor continuava trabalhando normalmente.
Além disso, segundo a defesa, as acusações são muito frágeis. “A acusação é de que o professor Iran seria o mandante deste crime, quando na realidade não há nenhum outro elemento de informação menos partidário que corrobore com essa hipótese”, argumenta Leonardo Queiroz.
Os advogados enumeram atenuantes que, na visão da defesa, deveriam contar a favor do professor, para que ele respondesse à acusação em liberdade: “O professor Iran é uma pessoa com condições pessoais favoráveis, pois é primário, de bons antecedentes, sendo essa suspeita um fato isolado em toda sua vida; possui residência fixa, emprego lícito e estável; é pai de família, provedor de uma prole de quatro filhos que dependem financeiramente e emocionalmente de sua pessoa”.
Leia mais:Mas de acordo com a Polícia Civil, o professor mandou matar o venezuelano, que trabalhava como barbeiro em Marabá, por motivação passional. “Segundo investigado, a motivação desse homicídio seria porque a vítima estava mantendo uma relação amorosa com a ex-mulher do mandante do crime”, explica o delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil.
Luta entre vítima e acusado
Essa versão da polícia é confirmada pelos advogados do professor. Segundo eles, na noite anterior ao crime houve realmente uma luta corporal, com agressões mútuas, entre a vítima e o acusado. Mas os advogados entendem que essa situação ainda precisa ser melhor esclarecida e que há outras linhas de investigação.
“Chegou ao nosso conhecimento que o motivo deste fato poderia estar relacionado ao envolvimento da vítima com outros ilícitos, o que também deve ainda ser apurado pelas autoridades… “Também preciso dizer que o único elemento de informação que aponta o senhor Iran como possível mandante desse crime é uma versão desconexa da ex-companheira dele, que tem sim muitos motivos para nutrir desafeto por ele desde o fim do relacionamento”, afirma Queiroz.
O venezuelano foi assassinado a tiros no dia 2 de fevereiro, na porta de sua casa, na região central do Núcleo Cidade Nova. Os familiares dele, que moram na Venezuela, clamam por Justiça.
(Chagas Filho)