Correio de Carajás

Advogados de Marabá conseguem absolvição de pai e filho em Pacajá

Em um caso incomum, Jailson Almeida, que estava foragido desde o crime, compareceu ao julgamento e saiu como inocente

Julgamento ocorreu ontem no Fórum de Pacajá e só terminou à noite. No detalhe, a vítima do assassinato, Kleiton Moreira

Em um desfecho surpreendente, o julgamento do fazendeiro José Jair Almeida e de seu filho, Jailson Almeida, ocorrido nesta quarta-feira (28), em Pacajá, no sudoeste do Pará, a 287 Km de Marabá, terminou com a absolvição de ambos após 14 horas de júri. O caso, que envolveu o assassinato do pecuarista Kleiton Moreira Leite, teve uma reviravolta inesperada com a presença de Jailson, que estava foragido e compareceu ao tribunal.

O juiz titular da Comarca de Pacajá, Edinaldo Antunes Vieira, conduziu o julgamento que culminou na absolvição dos réus. A defesa, liderada pelos advogados marabaenses Wandergleisson Fernandes, Arnaldo Ramos, Railson Campos, Giselle Mayane e Saulo Almeida, conseguiu convencer os jurados da inocência de José Jair e Jailson, argumentando que eles não estavam presentes na cena do crime no dia 16 de agosto de 2023, quando Kleiton Leite foi morto a tiros em sua fazenda.

A aparição de Jailson no julgamento foi um momento marcante, pois ele havia sido indiciado e estava foragido desde o crime. Essa ação inédita chamou a atenção, sobretudo porque a presença do réu era incerta até o último momento, o que gerou expectativa no tribunal.

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A defesa sustentou a tese de negativa de autoria, se baseando em provas, incluindo um vídeo que demonstrava que os acusados não estavam no local do assassinato. A narrativa dos advogados foi fundamental para a decisão dos jurados, que optaram pela absolvição.

À reportagem do Correio de Carajás, Wandergleisson afirma que os réus estariam em casa quando Kleiton foi morto: “a defesa conseguiu juntar um vídeo, acompanhado de uma perícia técnico-científica, realizada por um especialista, dando conta que os acusados estavam em local diverso, de onde o crime ocorreu”.

O caso, que começou com uma desavença entre os pecuaristas envolvendo a compra de uma fazenda e a transferência de gado, terminou com a libertação dos acusados, trazendo alívio para a família Almeida e deixando muitas perguntas em aberto sobre o verdadeiro autor do crime.

RELEMBRE O ASSASSINATO

Relatos dão conta de que dois indivíduos não identificados, a bordo de uma caminhonete, entraram na propriedade rural onde a vítima trabalhava, localizada na Vicinal Tozzete, a cerca de 30 km de Pacajá, e o mataram. Sua esposa, Elismara Moreira, testemunhou o crime, que aconteceu em 16 de agosto de 2023.

Segundo ela, o carro estacionou em frente à casa, e seu marido (Keliton) foi recepcionar os ocupantes quando um dos homens desceu do veículo e efetuou os disparos. (Thays Araujo)