Correio de Carajás

Advogado representa contra colegas do Piauí

Os bastidores do inquérito sobre o assassinato do professor Ederson Costa Santos, do IFPA Industrial, revelam uma contenda jurídica entre advogados que atuam no caso. É que o advogado Arnaldo Ramos ingressou com um procedimento disciplinar perante a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra os colegas Manoel de Oliveira e Leonardo Queiroz, que vieram do Estado do Piauí para trabalhar na questão.

Para que o leitor entenda, estes dois advogados fazem a defesa de Thaís Rodrigues dos Santos, namorada do policial militar Felipe Gouveia, que assassinou o professor do IFPA no dia 4 deste mês. Ocorre que Leonardo e Manoel disseram em entrevista ao Jornal CORREIO que chegariam ontem (20) em Belém para traçar também a linha de defesa de Felipe, que está preso no Centro de Recuperação Anastácio das Neves (Crecan), em Santa Izabel, zona metropolitana de Belém.

Após ler a matéria publicada no jornal CORREIO de sábado (18) sobre o assunto, Arnaldo Ramos afirmou que ele continua defendendo Felipe Gouveia, inclusive havia chegado de Belém naquele dia, onde conversara com seu cliente sobre o assunto. “Eles (Leonardo e Manoel) não representam Felipe e não irão representar; não têm procuração do Felipe no inquérito e nem podiam ter peticionado nada em relação a Felipe, já que não havia poderes para isso”, afirmou.

Leia mais:

Diante da atitude dos colegas de profissão, que vieram do Piauí, Arnaldo Ramos representou contra ambos por infringência a dois artigos do Código de Ética da OAB: peticionar em procedimento onde já há advogado constituído e falar na mídia sobre cliente que não é do advogado.

Aliás, a respeito da declaração de Leonardo e Manoel, de que Felipe pretende prestar depoimento ao delegado Ivan Silva, que preside o inquérito sobre o crime, Arnaldo desmentiu essa informação. Segundo o advogado, o acusado Felipe vai se manter em silêncio até a audiência em juízo.

O jornal tentou contato na noite de ontem com os advogados Manoel de Oliveira e Leonardo Queiroz para ouvi-los sobre o caso, mas as ligações foram direcionadas para a caixa de mensagens. (Chagas Filho)