Correio de Carajás

Advogado de indígenas presas diz que provará inocência delas

Odilon Vieira entende que não há motivos para a prisão de suas clientes/Foto: Evangelista Rocha

Na tarde desta sexta-feira, 10, o Correio de Carajás recebeu o advogado Odilon Vieira, que atua na defesa das duas indígenas Kyara Tuxere Simôes Vandenilson, de 29 anos, e Kayta Ayala Simões Vandenilson, de 36. Elas são acusadas de terem provocado um aborto sem a permissão da mãe da criança, além de praticarem violência doméstica contra a vítima.

Segundo o advogado, as mulheres afirmam que não há nenhuma denúncia junto ao Ministério Público, afirmando que o processo ainda está em fase de finalização de investigação. “Eu já tive acesso a vários documentos que provam que elas não cometeram o crime”, reafirma o advogado.

Ainda de acordo com ele, a investigação que corre em segredo de justiça pode ter reviravoltas. Inclusive, através das provas que comprovam a inocência das duas.

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O advogado adiantou à reportagem que na próxima segunda-feira (13), vai pedir a revogação da prisão preventiva, apresentando novos documentos que questionam as lacunas deixadas pela investigação da polícia. Segundo ele, as mulheres não foram intimadas para depor e simplesmente foram surpreendidas com a prisão.

Kyara Tuxere e Kayta Ayala Simões estão presas há 3 dias. Enquanto o caso é investigado, o advogado explica que a discussão não gira em torno de achar o inocente ou culpado, mas sim sobre os requisitos que justifiquem a preventiva. “A prisão preventiva não é só a garantia da ordem pública e processual, e a aplicação da lei penal, mas sim indícios do cometimento do crime”, explica Odilon.

Para ele, há um enfraquecimento da justificativa de mantê-las presas, visto que isso poderia ser resolvido através da intimação das acusadas.

A comunidade indígena está comovida com a situação das mulheres, assim como os familiares de Kyara e Kayta. “Em qualquer prisão é natural que os entes fiquem tristes, mas estamos confiantes na decisão judicial, esperando que a própria Justiça refaça e adeque a prisão naquele momento”, finaliza.

(Milla Andrade)