A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a morte do adolescente Luís Carlos Pereira dos Santos Júnior, de 16 anos. O corpo dele foi encontrado na última segunda-feira, 8, dentro de um córrego que passa sob uma ponte na Rodovia PA-160, sentindo Canaã dos Carajás, às proximidades da Vila Cedere I, zona rural de Parauapebas.
O jovem estava com as mãos amarradas para trás e apresentava perfuração de bala na cabeça. A polícia acredita que ele pode ter sido morto em outro local e depois jogado no córrego. De acordo com a família, o jovem manteve último contato com a namorada por volta de 5 horas de sábado, 6. Como não deu mais notícias, os familiares começaram a procurá-lo.
De acordo com Cleusa Rodrigues da Silva, de 42 anos, mãe do jovem, ela o viu pela última vez na última segunda-feira, 1, quando veio à cidade. Ela conta que está em processo de mudança da zona rural para a cidade e via pouco o filho. Segundo Cleusa, ela tem uma casa na VS 10, onde moram os filhos.
Leia mais:Ela diz que a filha conta que falou com Júnior, como eles o chamavam, na sexta-feira, 5. “Ela falou que depois ele não apareceu mais em casa. No entanto, a namorada dele contou que ele ligou para ela, por volta de 5 horas de sábado, dizendo que ia para a casa dela, no Bairro União, mas ele não chegou lá”, relata a mulher.
De acordo com Cleusa, a namorada do filho disse que quando ele ligou para ela falou que tinha policiais rondando a área (da casa onde morava) e por isso ia para a casa dela. “Ela [namorada] mandou ele pegar um mototáxi ir para sua casa, mas ele não apareceu lá”, diz a mulher.
Cleusa admite que o filho era envolvido com ‘coisa errada’ e fazia quatro meses que tinha sido baleado pela polícia. “Ele levou dois tiros e ainda estava se recuperando da cirurgia que fez, na qual teve que abrir toda barriga porque ele teve perfurações de órgãos”, conta.
De acordo com ela, assim que ficou sabendo do desaparecimento do filho, na segunda-feira, foi até a 20ª Seccional Urbana de Parauapebas e registrou boletim de ocorrência. Da delegacia foi até a casa da namorada do filho e junto com ela começaram a buscar informações, que pudesse ajudar a localizar Júnior.
“Fomos em casa de pessoas que o conheciam, até que encontrei um conhecido dele, que não vou dizer o nome, e ele me contou algumas coisas e tive certeza que meu filho já não estava mais vivo”, relatou Cleusa, que não disse o que essas pessoas falaram para ela.
Ainda de acordo com Cleusa, após ouvir essa pessoa ela foi para a casa, mas não conseguiu ficar sossegada e voltou para a delegacia. “Eu conversei com um policial que encontrei lá e ele me informou que um corpo havia sido achado dentro de um córrego. Ele me mostrou as fotos e, pela tatuagem e marca da cirurgia, eu tive certeza que era meu filho”, disse a mulher.
Como mãe, Cleusa lembra que lutou para tirar o filho do mundo do crime. “Eu e toda família sempre demos conselhos e pedimos para ele parar. Depois que ele foi baleado, a gente falava para ele que se não largasse essa vida, ia ser morto, mas ele só dizia que nada ia acontecer com ele, porque era protegido”, pontua.
A mulher admite que já esperava o pior. “Essa vida de ilusão que eles levam [criminosos], de usar e vender droga e cometer outros crimes, não dá certo e só tem esse fim. Por isso, já esperava pelo pior”, lamenta Cleusa, que tem cinco filhos e Júnior era o único homem. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)