Correio de Carajás

Acusados de matar joalheiro enfrentarão 3 dias de júri popular

Os acusados vão enfrentar três dias de julgamento pelo assassinato do joalheiro Edilson, em Marabá, no ano de 2021
Por: Chagas Filho

Os seis acusados de participação no homicídio do empresário Edilson Pereira de Sousa, em Marabá, irão a júri popular a partir desta quarta-feira (10), com previsão de duração por três dias, terminando somente na sexta-feira (12). Dos seis, apenas Maria da Paz Ferreira, a “Da Paz”, está respondendo em liberdade.

Os outros acusados – que estão presos – são Oinotna Silva Ferreira, a “Tina”, que é filha de Da Paz; Gabryella Ferreira Bogéa, a Gaby, filha de “Tina”; além de Mateus Mendes, Rafael Ferreira de Abreu, irmão de Gaby; e Bruno Glender, que seria namorado de Gaby.

A prisão dos acusados foi feita por meio da Operação Golden, sob a chefia do delegado Marcelo Delgado, da Polícia Civil, com a participação do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI). O corpo de Edilson foi encontrado em abril de 2021, boiando no Rio Itacaiunas, em Marabá, e ainda houve tentativa de incendiar o veículo da vítima, um Renegade.

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As investigações apontaram que o vendedor de joias foi assassinado a mando de uma mulher, que seria Tina, filha de Da Paz, que é bem conhecida em Marabá. Tina não queria pagar uma dívida de R$ 1,9 milhão que tinha com Edilson. As prisões ocorreram de forma simultânea nas cidades de Marabá, Imperatriz (MA), Goiânia (GO) e Foz do Iguaçu (PR).

INFLUENCER NO BANCO DOS RÉUS

Entre os réus do júri está a influenciadora Gaby Bogéa, cuja defesa afirma ter provas de que ela não participou do assassinato. Inclusive, os advogados pediram o desaforamento para Belém em busca de imparcialidade e segurança. No entanto, enquanto o judiciário se prepara, a defesa de Gaby diz não ter dúvidas e irá provar aos jurados: o verdadeiro executor do crime não estará no banco dos réus.

Gaby Bogéa, que era bastante conhecida nas redes sociais também está entre os acusados

A afirmação, veementemente defendida pela equipe jurídica e pela família de Gaby Bogéa, não apenas joga luz sobre as complexidades do caso, mas também instiga uma profunda dúvida: a justiça será plena se, conforme a defesa, o real responsável ainda caminha livre?

A tese central da defesa de Gaby é clara e direta: ela foi uma vítima das circunstâncias e não participante ativa no assassinato. Seus advogados argumentam que Gabryella jamais teve envolvimento com atividades criminosas.

A argumentação principal foca na distinção entre estar presente no local do crime e ter participação efetiva. A jovem teria sido levada ao local pelo então namorado, Bruno, e, em um momento de desespero e sem qualquer conhecimento prévio do ocorrido, teria sido induzida a permanecer. “Gabryella não esfaqueou. Gabryella não planejou. Foi apenas pega em uma situação que não escolheu viver. Se existe um culpado, esse não é Gabryella. Sua presença não pode ser transformada em sentença de culpa”, enfatiza a equipe jurídica.

OUTRA PESSOA!

Ainda segundo a defesa, outra pessoa foi investigada e acusada no mesmo caso, e inclusive sendo mencionado pelo acusado Bruno como o executor do crime. No entanto, a autoridade policial depois de três anos resolveu indiciar esse sétimo acusado, que está sendo julgado somente por ocultação de cadáver.

Advogados Tiago Alves, Victhor Rodrigues, Diego Adriano, Magdenberg Teixeira e Odilon Vieira defendem Gaby Bogéa

A representação de Gaby Bogéa está nas mãos de uma equipe robusta de advogados, composta por Diego Adriano Freires, Odilon Vieira, Magdenberg Teixeira, Tiago Alves e Joao Victhor Rodrigues. Eles prometem uma defesa incansável para provar a inocência de Gaby. Já a defesa de Bruno, o ex-namorado de Gabryella, será conduzida pelo criminalista Arnaldo Ramos.

A complexidade do caso se reflete também na extensão da fase de provas. O julgamento, que terá início às 8h da manhã desta quarta (10), será marcado pela oitiva de muitos depoentes: um total de 28 testemunhas serão ouvidas, incluindo delegados que atuaram no caso, peritos que produziram laudos cruciais para a investigação, e pessoas ligadas ao condomínio onde o crime ocorreu, que poderão trazer detalhes importantes sobre o cenário e os personagens envolvidos.

Para garantir a transparência e o acesso público a este que promete ser um dos júris mais emblemáticos da região, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) realizará a transmissão ao vivo do julgamento. Acompanhe os desdobramentos em tempo real através do link oficial do TJPA: https://webcast.overseebrasil.com.br/tjpa/#aovivo/.