Correio de Carajás

Acusado preso com droga na boca, na boca mesmo

A expressão “boca de fumo” para designar os pontos de venda de drogas se tornou comum há muito tempo no Brasil. Portanto, quando se diz que alguém foi preso numa boca de fumo, já se sabe muito bem do que se trata. Por outro lado, prender alguém levando drogas na própria boca não tem sido lá muito comum em Marabá. Mas na madrugada desta sexta-feira (23), isso aconteceu com Genival Pereira Gonçalves, de 35 anos. Ele foi preso em flagrante.

Policiais militares que o revistavam durante a madrugada no bambuzal do aterro de acesso a Marabá Pioneira perceberam que Genival não abriu a boca para falar nada durante a abordagem. Diante disso, o PM ordenou que o rapaz abrisse a boca. Não deu outra.

“No interior da cavidade bucal estava um pequeno embrulho com 10 pedras de crack”, relata o delegado Ivan Pinto da Silva, da Polícia Civil, que autuou o acusado por tráfico de drogas. Ainda segundo o delegado Ivan, o acusado disse que não engoliu o entorpecente com medo de morrer devido aos efeitos que as pedras de crack poderiam causar em seu organismo.

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De fato, Genival poderia ter sofrido até mesmo uma parada cardíaca, caso tivesse engolido as trouxinhas e elas tivessem estourado e dissolvido a droga dentro do acusado.

Tanto para a Polícia Militar, que o prendeu, quanto para a Polícia Civil que o autuou, Genival Pereira Gonçalves contou uma “história comprida” para se livrar da acusação de tráfico, tentando ser autuado apenas como usuário de substância entorpecente, mas não adiantou.

O acusado contou que naquela noite estava no Bairro Jardim Vitória (núcleo cidade Nova) bebendo em companhia de amigos e de um irmão dele, quando em dado momento – durante a bebedeira – um desses tais “amigos” pediu que ele fosse até a Vila Nova Canaã, a popular Vila do Rato, na Marabá Pioneira, comprar 10 pedras de crack, que em troca ele ficaria com uma pedra, pois admite ser viciado em drogas.

Diante disso, ele aceitou fazer esse “corre” para o tal amigo e partiu madrugada a dentro, comprou a droga em uma das várias bocas de fumo que ainda funcionam no bairro. Mas, na volta, Genival Gonçalves foi surpreendido por uma blitz no bambuzal. Ele foi abordado por uma guarnição da Polícia Militar, que passou a revista-lo.

A primeira desconfiança dos policiais foi um cachimbo encontrado no bolso da vítima. Obviamente não é crime portar cachimbos, mas os militares perceberam que havia algo estranho com Genival, que não dizia nada, sequer abria a boca. Nem poderia, pois ali era o esconderijo da droga.

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O delegado Ivan Pinto da Silva, que estava de plantão entre a quinta-feira e a manhã de ontem, autuou Genival Pereira Gonçalves no Artigo 33, Lei 11.346/2006, que permite a autuação também pelo transporte da substância proibida. Levado a audiência de custódia na manhã de ontem, o acusado teve o flagrante mantido pelo juiz Marcelo Andrei Simão Santos, da 1ª Vara Criminal de Marabá.

(Chagas Filho)