Correio de Carajás

Acusado por dois homicídios, ex-militar será julgado ainda este ano

Dois julgamentos contra o ex-militar do Exército Brasileiro Manoel Pereira da Silva foram agendados neste ano. Um ocorre em exatamente dois meses e o outro em três meses. O juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal de Marabá, agendou para 9 de setembro, às 08h30, a instalação da sessão de instrução e julgamento, no Salão do Júri do Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, pela morte de Wanderson André Dourado.

Um mês depois, em 9 de outubro, Manoel voltará ao Tribunal do Júri para ser julgado pela morte de Francielton de Lira Rocha. Ele é acusado de ter matado os dois homens que mantiveram relações com a ex-companheira dele. O acusado foi preso em setembro no ano passado, inicialmente sob a suspeita de ter matado Wanderson.

Em janeiro deste ano foi pronunciado por este crime e também pela morte de Francielton, assassinado alguns meses antes de Wanderson, ambos no Núcleo São Félix, em Marabá. A denúncia do Ministério Público do Estado do Pará aponta que no dia 23 de junho de 2018 Manoel efetuou disparos de arma de fogo contra Wanderson.

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Várias testemunhas informaram saber que Wanderson estava se relacionando com a mulher e que a vítima vinha recebendo ameaças de morte por telefone. Ela mesma informou, ao ser ouvida pelas autoridades, que estava separada do acusado há um ano e meio e que trocava mensagens com a vítima, além de terem saído juntos no dia do crime.

A mulher relatou, ainda, que anteriormente se relacionava com Francielton, morto a tiros em 16 de janeiro de 2018, da mesma forma que Wanderson. A denúncia do MP aponta que a Polícia Civil investigava se o motivo da morte Francielton poderia ser o envolvimento dele com algumas mulheres quando ocorreu o assassinato de Wanderson.

Rapidamente surgiram comentários no bairro de que o autor de ambos seria a mesma pessoa. A investigação apontou, então, que as duas vítimas tinham em comum o mesmo passado: terem se relacionado com a ex de Manoel.

DEFESA

Em ambos os processos, interrogado, Manoel Pereira da Silva nega ter matado as vítimas, alegando ter se separado amigavelmente da mulher, não gostar mais dela e não sentir ciúmes. A defesa dele, ouvida pelo Portal Correio de Carajás à ocasião da pronúncia do réu, afirmou não existirem provas firmes dos delitos, apenas suposições que não servirão de lastro para condenação, acreditando na absolvição de Manoel. (Luciana Marschall)