Correio de Carajás

Acusado pega 22 anos de prisão por morte em bar

Graças à atuação incisiva e experiente do Ministério Público do Pará, por meio da promotora de Justiça Francisca Suênia Fernandes de Sá, o réu Gustavo Henrique Cruz da Silva teve sua condenação definida nesta sexta-feira (15) no Tribunal do Júri, em Parauapebas. Ele pegou nada menos que 22 anos de reclusão pelo assassinato do segurança Kalson Henrique Pereira em setembro de 2016, no bar onde o mesmo trabalhava. Gustavo responde, ainda, em quatro ações penais por tráfico de drogas.

O júri popular se deu ontem presidido pela juíza Adriana Karla Diniz Gomes da Costa, titular da 1ª Vara Criminal. Gustavo respondia pelo art. 121, 2, IV e VII, do Código Penal pelo assassinato e no delito do art. 121, 2, IV e VII c/c art. 14, II, também do CPB, pela tentativa de assassinato de Miraldo de Oliveira. A promotora Suênia não trabalha na Comarca, mas foi nomeada para representar o Ministério Público no ato pelo próprio procurador-geral de Justiça, devido a sua ampla experiência em mais de 200 juris.

ENTENDA

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O crime aconteceu na madrugada de 5 de setembro de 2016, em um boteco no Bairro Vila Rica, em Parauapebas. O policial militar Thiago Augusto Coutinho estava na casa noturna de folga, juntamente com um amigo e foi ao bar do local buscar bebidas, quando no meio do caminho encontrou Gustavo Silva, a quem reconheceu como traficante que havia prendido em outra ocasião. Este último, armado, tentou atirar contra Thiago e travou com ele uma luta corporal. A certo momento, se desvencilhou e conseguiu efetuar os disparos contra o policial sem atingi-lo, mas acertando outras duas pessoas no recinto: Kalson Henrique, segurança da casa noturna, e o senhor Miraldo. O primeiro morreu no local e o segundo, socorrido, sobreviveu.

Kalson Henrique, ao centro de verde, foi preso em flagrante e condenado

Uma guarnição da PM que passava pelo local percebeu a confusão e  chegou a tempo de efetuar a prisão em flagrante de Gustavo Henrique, agora condenado.

EMBATE

O júri, que durou apenas um dia, foi marcado por duro embate entre a promotora e o advogado do réu, Flavio Oliveira Moura, que para sustentar sua argumentação chegou a deitar no chão com um simulacro de arma para remontar a cena do incidente frente aos jurados.

Num segundo momento, frente a frente com Suênia, tentou argumentar o que aludiu como divergência sobre a tatuagem que tem o seu réu, mas prontamente foi retrucado pela experiente promotora que destacou que ele não podia criar uma argumentação de momento nesse sentido e se o quisesse fazer, deveria ter assim procedido na defesa prévia.

“Atuo com bravura e doçura em defesa da vida e da democracia”, disse Suênia Sá à reportagem, no único comentário que fez à imprensa sobre o momento mais tenso do embate. O CORREIO não conseguiu falar com o advogado Flávio Moura ao longo do dia para também comentar. (Da Redação)