Um homem de iniciais T. C. B. foi preso esta semana em Marabá, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Boa Vista, em Roraima. O preso é acusado de participar do cruel assassinato de Alessandra Costa, de apenas 17 anos, crime ocorrido no início de março. A jovem foi morta pelo Tribunal do Crime de uma facção criminosa que atua na capital roraimense.
T. C. B. chegou em Marabá de avião, ainda no dia 11 de março. Ocorre que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Roraima, já estava no encalço dele e acionou o Departamento de Homicídios de Marabá, para que T. C. B. fosse ouvido e qualificado assim que chegasse em Marabá, pois não havia ainda manado de prisão contra ele.
Diante disso, a Polícia Civil em Marabá, com apoio da Infraero e obviamente do piloto do avião conseguiu descobrir em qual poltrona T. C. B. estava sentado e quais as características físicas dele. O alvo foi abordado na área de desembarque de forma discreta, de modo que os outros passageiros sequer perceberam a ação policial no Aeroporto João Correa da Rocha, segundo explicou o delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Vargas, que chefiou a missão.
Leia mais:T. C. B. foi interrogado, negou envolvimento no brutal assassinato e, em seguida, foi liberado. Passados 22 dias, o Departamento de Homicídios recebeu o mandado de prisão e foi até a Folha 25 (Nova Marabá), onde o suspeito estava morando. Ele foi conduzido à delegacia, devidamente acompanhado por um advogado, e depois foi encaminhado à Central de Triagem Masculina de Marabá (TCMM).
O crime
A vítima, Alessandra Costa, de 17 anos, tinha um caso com Bruno Valadares Cardoso, 18, que fazia parte de uma facção. Ela contou que já namorou e teve filho com um chefe de facção rival, o que resultou no tribunal do crime.
Preso, Bruno confessou à Polícia Civil que manteve relações sexuais com a vítima e em seguida ela foi executada por outros dois membros da facção que ele faz parte. O crime foi planejado por ele, afirmou o suspeito à polícia.
Em depoimento, Bruno disse que iria pegar um carregador de celular, para despistar a vítima, e saiu do quarto para a dupla entrar. Enquanto um dos criminosos imobilizou os braços de Alessandra, outro aplicou um “mata leão” (sufocamento). A vítima não conseguiu nem mesmo gritar antes de morrer, disse Bruno à polícia. Os dois ainda não foram localizados.
O corpo foi encontrado no dia 6 de março em estado avançado de decomposição na região do Anel Viário, zona Oeste de Boa Vista. O delegado Adriano Santos, responsável pelo caso, classificou o assassinato como “brutal”.
Em depoimento, Bruno contou que resolveu matar Alessandra após ela confessar que já namorou e teve filho com um dos chefes da facção rival. O suspeito desconfiou que o relacionamento fosse uma armadilha para matá-lo e por isso armou o tribunal.
Além de Bruno, uma irmã dele, de 17 anos, foi apreendida e outro elemento que participou do assassinato também foi preso. Agora, em Marabá, foi a vez de mais uma prisão.
Apesar das quatro prisões, as investigações sobre o caso continuam e possivelmente outras pessoas podem estar envolvidas no caso, como coautores e partícipes, já que ela foi julgada e condenada pelo Tribunal do Crime. (Chagas Filho)