Correio de Carajás

Acusado de homicídio está sentado no banco dos réus

Marcone Penha Ribeiro senta neste momento no banco dos réus, no Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, onde o Tribunal do Júri decide se o condena ou não pelo homicídio de Flávio Pereira da Silva Brito, conhecido como Michel, ocorrido em 2009, no Bairro Jardim União, Núcleo Cidade Nova.  Ele chegou a ficar foragido do Sistema Prisional do Estado do Pará, porém foi localizado e novamente recolhido em fevereiro do ano passado no município de Governador Edison Lobão, no Maranhão.

De acordo com o relatório da pronúncia de Marcone, a denúncia do Ministério Público aponta, em síntese, que no dia 26 de abril de 2009, por volta das 20h30, Flávio Pereira da Silva Brito e a companheira dele aceitaram uma carona oferecida por Marcone e a esposa deste, Joyce Mara Sena Cardins, em um veículo VW Golf.

No entanto, no Bairro Bela Vista, outros dois indivíduos aguardavam a passagem das vítimas, pararam o veículo e anunciaram um suposto assalto, momento em que Marcone e Joyce correram e Flávio foi atingido por disparos de arma de fogo. Em seguida, o executor fugiu sem levar nada.

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Após o homicídio, sustenta a acusação, Marcone e Joyce teriam retornado e fugido no veículo, deixando o corpo de Flávio e a companheira dele no local. As investigações apontaram que o crime foi articulado por Marcone.

NEGATIVA

Ouvido em juízo, Marcone afirmou que conhecia Flávio e confirmou que estava em companhia da companheira quando ofereceu carona para a vítima e a esposa. Afirmou, ainda, que Flávio era foragido de Imperatriz quando foi assassinado. Marcone informou ter recebido uma ligação de um homem identificado como Fábio, afirmando que mataria Flávio.

Marcone alega ter respondido que não se envolveria. Disse, ainda, que pensou em enganar Fábio, declarando que iria para um lado e então seguir para outro, mas o atirador já estava seguindo o veículo em que a vítima estava. Sustentou que parou o carro para dois rapazes que supostamente iriam vender uma arma para a vítima quando Fábio chegou de moto simulando um assalto.

Alega que reconheceu Fábio e chegou a fazer um gesto negativo com a cabeça, mas mesmo assim a vítima foi executada. Ao ser questionado, justificou que Flávio morreu porque teria matado uma mulher. Negou ter problemas com a vítima e disse acreditar que Joyce não tinha conhecimento de que o crime poderia ocorrer.

O Ministério Público acredita que Fábio avisou a Marcone que mataria Flávio, tendo, supostamente, Marcone combinado com Fábio que levaria a vítima em seu carro em determinado local e dia. O fato de o atirador estar seguindo o carro quando a vítima embarcou, para a acusação, é indício de possível participação de Marcone.

A companheira do réu confirmou – em depoimento na Delegacia de Polícia Civil – que a vítima telefonou para o marido dela pedindo carona naquele dia. Já a companheira da vítima informou que o outro casal correu assim que foi anunciado o suposto assalto e que Flávio foi alvejado por um homem que estava com duas armas nas mãos.

AMEAÇA

Em 2010, Marcone foi acusado de ameaçar de morte a delegada Bruna Paolucci, que à época trabalhava em Marabá, após a companheira dele, Joyce Mara Sena Cardins, ter sido presa pela autoridade policial.

A princípio, o casal foi parar na cadeia por roubos de caminhonetes na região e ele defendia que a esposa não tinha envolvimento nos crimes, por isso passou a fazer as ameaças. Poucos meses depois, no entanto, os foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Pará pela morte de Flávio Pereira. Joyce, posteriormente, acabou impronunciada e deixou de responder pelo crime. (Luciana Marschall)