Correio de Carajás

ACIM pede escritório da Tecnored em Marabá para compras no comércio local

Vale vai construir nova siderúrgica no lugar da Ferro Gusa Carajás, que ela desativou anos atrás / Foto: Divulgação

No final da manhã desta sexta-feira, dia 4, membros da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM) receberam Leonardo Caputo, CEO da Tecnored, siderúrgica para produção de gusa verde que será instalada no Distrito Industrial de Marabá.

Segundo o presidente da ACIM, João Tatagiba, a reunião foi a primeira de uma série que os empresários locais terão com o gestor da empresa, que se comprometeu em dialogar sobre compras no mercado local durante a fase de obras, que devem iniciar em abril deste ano, com a supressão vegetal.

Logo após, a empresa passa às obras de terraplanagem, para então começar as construções das instalações físicas.

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Os representantes da ACIM propuseram que a Tecnored monte uma estrutura de suprimentos em Marabá para ficar mais próxima aos fornecedores locais. “Nos próximos dias será repassada para nós uma carta assinada pelo CEO da empresa, na qual vai constar toda a demanda da obra, do início ao fim, para que possamos pontuar as empresas de Marabá que podem se habilitar. Quando recebermos essa lista, vamos fazer contato com o mercado local para credenciamento de todos junto à Tecnored”.

O projeto será instalado na antiga Ferro Gusa Carajás, no Distrito Industrial de Marabá, onde será montada a nova planta que viabilizará a produção de ferro gusa utilizando a biomassa para aquecer as caldeiras.

O projeto é pioneiro na verticalização de minério e será executado pela mineradora Vale. Ele contempla a implementação de um laboratório de desenvolvimento e processamento de biomassa, que vai permitir a produção de 500 mil toneladas de ferro-gusa, com baixa emissão de carbono.

Os principais impactos que serão gerados na região pelo projeto tecnored serão o aumento na arrecadação de impostos, na criação de empregos, fomento aos fornecedores locais, geração de renda, disponibilidade de etanol e ração animal e, em sua fase seguinte, de reflorestamento de áreas impactadas. Ao longo de toda a sua vida útil, o projeto tem a expectativa de gerar 15,2 milhões de reais em salários por ano, arrecadar 35 milhões de reais em imposto de renda a partir de 2040, gerar 350 milhões de reais em exportações por ano e gerar cerca de 2 mil empregos diretos e 600 indiretos em sua fase de implantação, no pico das obras civis e montagem.

A tecnored utiliza tecnologia inovadora de briquetagem, que é a chave para as baixas emissões de CO₂ do processo produtivo, pois permite o uso de bio-carvão. Assim como um carro reduz as emissões pela queima do álcool produzido a partir da cana-de-açúcar, a tecnologia reduz as emissões de carbono utilizando o bio-carvão vegetal. O início efetivo da operação do projeto de mineração está previsto para 2025 ou 2026. (Ulisses Pompeu)