Correio de Carajás

Acidente mata mulher na BR-230

Acontece hoje, quarta-feira (4), o sepultamento de Denice Cleide Matos da Silva, de 38 anos. Ela morreu na madrugada de ontem (3), após ser socorrida e passar por cirurgia no Hospital Municipal de Marabá (HMM). Na noite anterior (dia 2), ela se envolveu em um acidente na BR-230, no cruzamento que dá acesso à Avenida Alfredo Moção, no Núcleo Cidade Nova. A moto que a vítima pilotava colidiu com outra motocicleta, que trafegava com o farol apagado, segundo consta no Boletim de Ocorrência Policial sobre o caso.

O Boletim foi feito por Wanderson Matos da Silva, filho da vítima e que estava com a mãe no momento do acidente. Ele conduzia uma moto e sua mãe pilotava outra. Segundo ele, era por volta das 18h30, quando ambos chegaram ao cruzamento que dá acesso à Alfredo Moção. Ambos pararam para esperar a passagem dos carros que trafegavam na rodovia no sentido Aeroporto/ponte do Rio Itacaiúnas. Foi quando a tragédia aconteceu.

Denice Cleide era mãe de dois filhos e perdeu a vida aos 38 anos

Ainda de acordo com Wanderson, a mãe dele tentou cruzar a rodovia, pois não percebeu a presença de outra moto na rodovia, justamente porque os faróis desse outro veículo estavam apagados. A colisão foi inevitável.

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Como o acidente aconteceu perto do Corpo de Bombeiros, uma ambulância da corporação foi acionada e fez o atendimento tanto da mãe dele quanto do outro motoqueiro, identificado apenas como “Dime”. Mas o rapaz foi liberado do HMM pouco tempo depois, certamente porque teria sofrido ferimentos leves. Já Denice teve de ser operada. Seu estado de saúde era grave.

Ouvida pelo jornal na tarde de ontem, durante o velório, a mãe de Denice, Vera Lucia Silva Matos, contou que o atendimento no HMM, foi rápido, pois ela estava perdendo muito sangue. A informação que ela recebeu é de que sua filha teve o fígado partido pela violência do impacto e também sofreu deslocamento do baço.

De fato, as informações de dona Vera Lúcia sobre o quadro clínico da filha conferem com as informações obtidas pela reportagem no Instituto Médico Legal (IML), de que a vítima sofreu um trauma abdominal fechado e também uma lesão hepática.

Ainda segundo Vera Lúcia, o médico Nagilson Amoury, que fez a cirurgia, alertou a família de que a situação dela era muita delicada. Inclusive, um tio da vítima, Wagner Souza Silva, disse para a reportagem que Denice recebeu quatro bolsas de sangue, mas nem todo esforço e presteza da equipe médica foram capazes de salvar a vida de Denice. O coração dela parou de bater exatamente às 3h45 da madrugada, conforme documento enviado ao IML.

Vera Lúcia (à esquerda), mãe de Denice lamenta a perda da filha de forma tão trágica

Além de Wanderson, que já é maior de idade, Denice deixa na orfandade outro filho, uma criança de apenas sete anos de idade, segundo informou Vera Lúcia. Evangélica, Denice trabalhou por muitos anos na Leolar, sendo pessoa bastante conhecida na comunidade onde reside, e atualmente trabalhava em um escritório de advocacia localizado na Folha 26 (Nova Marabá).

“Era minha amiga, minha companheira de todos os momentos da minha vida era minha filha. Ela dizia ‘mãezinha, eu vou cuidar da senhora’”, relembra Vera Lúcia, aos prantos.

O SOBREVIVENTE

Na tarde de ontem, o jornal conseguiu obter o contato telefônico do outro envolvido no acidente, identificado pela reportagem apenas como “Dime”. Tentamos ouvir a versão dele sobre a acusação de estar pilotando a moto com o farol apagado, o que pode ter contribuído de forma decisiva para o acidente, mas ele não respondeu ao contato, que foi feito às 16h.

Como o rapaz foi levado ao HMM e atendido, certamente sua identificação consta nos arquivos do Hospital Municipal, de modo que ele deve ser ouvido posteriormente pela Polícia Civil, que abrirá inquérito para investigar o caso. É possível que ele responda por crime de homicídio culposo, que é quando o acusado não tem intenção de matar a vítima. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)