No dia 29 de dezembro de 2013, o mundo da F1 se abalou com a notícia de que o heptacampeão Michael Schumacher havia sofrido um grave acidente de esqui em Méribel, na França. Exatos dez anos depois, o estado de saúde do alemão segue guardado a sete chaves pela família, que reforça o compromisso com a privacidade do ex-piloto. Entre 2000 e 2004, Schumi fez história com a Ferrari com cinco títulos de pilotos consecutivos na elite do automobilismo, se sagrando o primeiro heptacampeão mundial.
A última informação sobre a saúde de Michael remete a setembro de 2019, quando ele foi internado em um hospital de Paris para um suposto procedimento com células-tronco; no mês seguinte, o cirurgião de Schumi negou o tratamento alegando “não fazer milagres”. Em outubro deste ano, à Legal Tribune Online, o advogado da família explicou a ausência de um “relatório final” sobre o estado do heptacampeão, alegando que nenhum comunicado sanaria a curiosidade do público.
– Sempre foi sobre proteger informações privadas. Discutimos muito como tornar isso possível, então também consideramos que um relatório final sobre a saúde de Michael seria a maneira correta de fazê-lo- disse Felix Damm, acrescentando:
Leia mais:– Mas isso não teria sido o fim, e teríamos que ter relatórios atualizados constantemente. A mídia, de novo e de novo, perguntaria “e como ele está agora?” um, dois, três meses ou anos depois da mensagem.
Neste ano, em abril, a revista alemã “Die Aktuelle” despertou revolta do público ao veicular uma entrevista falsa com o heptacampeão – o bate-papo era atribuído a Schumacher, mas foi gerado por inteligência artificial. A publicação pediu desculpas e demitiu a editora responsável; a família confirmou que estudava ações legais contra a revista.
O que dizem familiares e amigos
Em julho de 2022, Jean Todt – ex-presidente da FIA, ex-diretor esportivo da Ferrari e amigo pessoal de Michael – revelou que assiste a corridas de F1 com o heptacampeão, sem dar grandes detalhes. O dirigente é um dos poucos indivíduos além da família imediata com autorização para visitar Schumacher. À época da declaração, o filho do alemão, Mick, corria sua segunda temporada na F1, pela Haas; hoje, o caçula de Schumi é piloto reserva da Mercedes.
– Não sinto falta de Michael porque eu posso vê-lo. E sim, é verdade, eu vejo as corridas com Michael. Mas claro, o que eu sinto falta é do que costumávamos fazer juntos – contou Todt.
Na mesma semana da declaração de Todt, Corinna e Gina-Maria, esposa e filha de Schumacher, representaram o heptacampeão em homenagem na cidade de Colônia (Alemanha). Nela, Michael recebeu a Ordem do Mérito do estado da Renânia do Norte-Vestfália. Mick não compareceu devido a um mal-estar.
A extrema privacidade imposta principalmente por Corinna levou a uma declaração de Eddie Jordan, que deu a primeira chance a Michael na F1, sobre o estilo de vida da esposa de Schumacher. O irlandês, fundador da Jordan, teve um pedido de visita negado em 2013 logo após o acidente; em março deste ano, ele comparou o cotidiano de Corinna ao de uma prisioneira.
– Faz quase dez anos e a Corinna não pôde ir a uma festa, um almoço, isso ou aquilo. Ela é como uma prisioneira, porque todos iriam querer falar com ela sobre Michael, quando ela não precisa de lembretes a cada minuto – disse ao The Sun Online.
Em 2021, no documentário “Schumacher” – único com aprovação da família -, Corinna explicou os motivos por trás da operação para garantir a privacidade de Michael.
– Estamos seguindo com nossas vidas. “Privado é privado”, como ele sempre disse. É muito importante para mim que ele continue aproveitando sua vida privada o máximo possível. Michael sempre nos protegeu, agora estamos protegendo Michael – revelou a esposa de Schumacher.
Na mesma obra, Mick Schumacher não escondeu a emoção ao detalhar a relação que mantém atualmente com o pai: