Correio de Carajás

Acampamento sem-terra em Eldorado é atacado por pistoleiros

Pistoleiros invadiram e atacaram o acampamento Osmir Venuto da Silva, localizado em Eldorado do Carajás, a 100 km de Marabá, na noite da última segunda-feira (14). Segundo os camponeses, várias pessoas ficaram feridas, embora ainda não se saiba quantos. Um Boletim de Ocorrência Policial foi feito na Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), que investiga o caso.

Conforme o relato do BO, quatro homens chegaram aos gritos e disparando contra os barracos, por volta da meia-noite. O fogo consumiu as moradias e os pertences das famílias. Assustados, os camponeses fugiram para uma mata próxima para se proteger. Conforme contam, os invasores continuaram, por toda a madrugada, a rodear a estrada efetuando disparos em direção às moradias.

No dia seguinte, o cenário era desolador: camponeses perderam o pouco que tinham

Um vídeo foi gravado pelos camponeses logo depois que os criminosos deixaram o local. A filmagem mostra barracos ardendo em chamas, enquanto uma mulher, desesperada, clama por ajuda das autoridades, dizendo que não sabem o que vão fazer porque o pouco que tinham foi destruído.

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O acampamento fica nas margens da BR-155, em área do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), entre Sapucaia e Eldorado do Carajás. O local é contíguo à Fazenda Surubim, pertencente a Amilcar Farid Yamin.

Por causa de uma ação de reintegração de posse movida por Yamin, as famílias fizeram acordo com a Comissão Nacional de Violência no Campo, no ano de 2015, em que se comprometiam a desocupar a fazenda e ficar acampadas em área de domínio sob responsabilidade do DNIT.

Ali, no entanto, eles dizem que têm sido alvos de diversos ataques. Foi ali que, em de dezembro de 2019, policiais militares interpelaram camponeses que trabalhavam na coleta de castanhas, um dos poucos meios de sobrevivência das famílias que ali vivem. Eles atiraram com balas de borracha contra dois agricultores e parte da ação foi filmada na época e divulgada nas redes sociais. (Com informações da CPT/Xinguara)