Correio de Carajás

Academia de Letras retorna com 7º prêmio Inglês de Sousa

Entidade vai abrir edital com vacância de cadeiras após morte de membros, como Ademir Braz e João Brasil

Jorge Washington e Airton Souza têm boas expectativas para a 7ª edição do Prêmio Inglês de Sousa

Após o hiato da pandemia, a Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP) se prepara para retornar suas atividades e já realiza a 7ª edição do Prêmio Inglês de Sousa, além de realizar, nos próximos dias, abertura de edital para as vacâncias de cadeiras da instituição após a morte de alguns membros. Além disso, há ainda o sonho criar uma sede própria com a captação de recursos, para melhor receber representantes de todos os municípios do sul e sudeste do Pará.

À reportagem do Correio de Carajás, o presidente da Academia, Jorge Washington explica que o primeiro passo após esses dois anos de reclusão em face da pandemia provocada pela covid-19 será realizar o concurso literário que carrega o nome do saudoso escritor paraense Inglês de Sousa. Para o presidente, trata-se de uma função importante da academia que, através do prêmio, visa estimular a leitura e a produção literária da comunidade.

CONCURSO

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Através de uma divulgação midiática nacional, o chamado literário agregará as categorias conto e poesia, para o público adulto. Para o escritor Airton Souza, a edição deste ano contará com bem mais inscritos do que nas últimas, tendo em vista que pela primeira vez, o participante poderá se inscrever por e-mail.

A premiação acontecerá em 5 de novembro, considerado o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Os interessados deverão enviar os textos pelo e-mail da academia e aguardar o processo que será dividido entre a primeira fase de curadoria e pré-seleção, a seleção dos autores que terão seus trabalhos avaliados por um júri final e a escolha dos vencedores por categoria.

O concurso poderá render uma coletânea de todos os trabalhos reunidos ao longo das edições. Jorge espera que a ALSSP consiga agrupar as poesias e os contos em um único livro, e realizar um grande evento para celebrar esse material que faz uma alusão a participação e todos que acreditam, admiram e de certa forma fazem parte da instituição.

NOVOS MEMBROS

Com as tristes perdas de acadêmicos efetivos como João Brasil Monteiro, Eduardo de Castro, Ismael Borba, Creuza Salame e a mais recente, Ademir Braz, o presidente entende que há necessidade de suprir as vacâncias: “Embora ainda exista um número significante de membros, é preciso preencher essas vagas com novas personalidades para dar continuidade ao legado”, afirma.

Jorge Washington anuncia que no próximo sábado (17), haverá uma reunião dos imortais da Academia para discutir a abertura de um edital que permitirá a ingressão dos novos representantes da instituição literária. Ele acredita que até o final do ano a academia estará apresentando um novo momento com novos nomes em seu corpo.

SEDE PRÓPRIA E FOMENTO

Embora o cofundador, Noé von Atzingen, tenha disponibilizado um espaço na Fundação Casa da Cultura que atendia as expectativas iniciais da academia, o sonho de uma sede própria nunca deixou de existir. Jorge Washington cita como um assunto que volta e meia é discutido de forma inevitável: “Esperamos agregar valores políticos nesse retorno das atividades para que finalmente possamos estabelecer uma sede, e aqui em Marabá, com respeito ao local de fundação”.

A captação de recursos é mencionada por Jorge como uma dificuldade constante em todo a trajetória da instituição. Ele argumenta que em uma década de existência, houve contratempos com processos internos que habilitassem a buscar por fomentos, mas a recente reformulação de questões estatuárias e regimentais possibilitará o estímulo financeiro e, portanto, uma nova fase na retomada das atividades.

O presidente explica que solucionar as carências financeiras também se enquadra na tão sonhada expansão da academia: “Temos a meta de ampliar as atividades que se resumem apenas à Marabá, por um trabalho tímido que engloba a relação com as escolas e dos concursos que alcançam os jovens. Como representamos o sul e sudeste do Pará, precisamos de recursos para atendermos todos esses municípios”, justifica. (Ulisses Pompeu e Thays Araujo)