A Igreja Bom Pastor, localizada na Folha 33, em Marabá, ficou completamente tomada por fiéis e membros da comunidade católica, que se reuniram para se despedir do Padre Fabrício Rodrigues na tarde desta sexta-feira, 13. O velório, realizado no mesmo local onde ele atuava como pároco, atraiu dezenas de pessoas, entre amigos, paroquianos, colegas e fãs, aglomerando pessoas do lado de dentro e fora.
A igreja, pequena para comportar a multidão, teve seu espaço interno e arredores ocupados. O caixão do padre, fechado, foi colocado à frente do altar, cercado por várias coroas de flores, camiseta de sua banda e o livro “Vamos rezar juntos?”, em meio a um ambiente marcado por comoção e lágrimas.
BISPO EMOCIONADO
Leia mais:O Bispo de Marabá, Dom Vital Corbellini, em entrevista exclusiva ao Correio de Carajás, expressou seu pesar: “O Padre Fabrício era um jovem dedicado, muito querido pelo povo e conhecido por sua presença na internet, onde alcançava muitos fiéis. A morte dele foi uma perda imensa para a Diocese, principalmente porque ele tinha uma conexão muito forte com a comunidade da Paróquia Bom Pastor, onde trabalhava de forma incansável. Era um padre próximo do povo, especialmente dos mais simples e necessitados”, disse.
Dom Vital relembrou ainda como recebeu a notícia do acidente. “Soube logo pela manhã, e a notícia foi um choque para todos. Ninguém espera a morte de alguém tão jovem, de maneira tão repentina. Ele estava em missão, celebrando em uma comunidade fora da paróquia, como costumava fazer. Quando retornava, aconteceu o acidente. Foi uma fatalidade que nos pegou de surpresa e abalou a todos.”
COROÍNHA DO SARCEDOTE
Entre os presentes no velório estava Maria Eduarda Viana, coroinha da Paróquia Bom Pastor, que trabalhou ao lado do Padre Fabrício por cinco anos. Emocionada, ela falou da proximidade que tinha com o sacerdote. “Ele sempre foi muito amigo de todos nós. Tratava a gente com muito carinho, sempre brincando e estando por perto. A dor de saber que nunca mais vamos vê-lo é imensa. Eu mesma não consegui chegar perto do caixão, porque, para mim, isso significa que ele se foi para sempre”, confessou.
ADEUS DA BANDA
O músico Celso Geyer, integrante de sua banda, também lamentou a perda. “Tínhamos uma banda formada há cerca de um ano, e tocávamos em missões e eventos da igreja. O Padre Fabrício tinha uma energia muito forte, e o público sempre o recebia com muito carinho”, disse, acrescentando que neste sábado estariam em Tailândia para mais um show.
O jovem, que também é cantor e atuava nos palcos há cerca de um ano com o padre, pontua que, agora, ficará o vazio da ausência de Fabrício. Mas, em nome de Deus, pretende, junto aos colegas da banda, continuar com a missão, levando o nome dele adiante.
ESTUDANTE
Bianca Evelyn, colega do padre na faculdade de psicologia, onde ele cursava o último ano, destacou o lado estudioso e dedicado do padre a quem ela trata como Fabrício. “Estudamos juntos por quatro anos, e ele sempre se destacava por sua inteligência. Gostava de estar à frente em tudo, e era muito focado nos estudos. A tragédia que aconteceu nos pegou de surpresa, e ainda estamos tentando processar essa perda.”
Ela e outros colegas da turma de psicologia da Universidade da Amazônia (UNAMA) de Marabá, estiveram no velório do padre para despedirem-se.
O sepultamento do corpo de Padre Fabrício está previsto para ocorrer neste sábado, 14, às 10 horas, após a missa de corpo presente, que será celebrada, também, na Igreja Bom Pastor.
(Thays Araujo)