Correio de Carajás

A “magrela” que transforma vidas em Marabá

Uso da bicicleta como meio de transporte e prática de atividade física pode solucionar vários problemas, entre eles depressão, ansiedade e obesidade

Marabá ganhou um presente neste verão. É a uma ciclofaixa de cerca de 9 quilômetros, que vai do Km 6, na Nova Marabá, até o Aeroporto, na área urbana da BR-230. Além de modernizar o visual da cidade, tem dado mais segurança aos ciclistas, que agora possuem um espaço exclusivo para transitar.

Além de se tornar um importante espaço para a prática de atividade física, a ciclofaixa ou ciclovia, acaba tendo um papel fundamental para quem já utiliza a bicicleta como um meio de transporte.

Outro fator fundamental é que os ciclistas, com a faixa especial, podem ter sua própria velocidade, sem a pressão de acompanhar o tráfego dos carros, criando um trânsito mais fluido e diminuindo a incidência de acidentes em função da disputa com carros, motos e bicicletas em uma via.

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E mesmo com a ciclofaixa, ainda há muita gente que desrespeita o espaço delimitado exclusivamente para essa turma. Ainda é comum ver motos e carros andando pela faixa de forma imprudente ou cruzando a mesma no momento em que passa um ciclista, o que é proibido pelo Código de Trânsito.

Em Marabá, a “galera do pedal”, como são chamados os ciclistas, sente falta da ciclofaixa em outros trechos da cidade. “A gente não pedala só na Transamazônica, mas em todos os bairros e sentimos falta desse espaço. É uma necessidade urgente que a cidade toda tenha ciclofaixa”, ressalta Miriete Braz de Lima, professora do município e uma das fundadoras do grupo Brutas e Cia MBA.

Parte do grupo que pedala todos os dias pela manhã, sempre passando pela rodovia Transamazônica

Engana-se quem pensa que o grupo de pedal é exclusivo para as mulheres. Miriete explica que o “Cia” na nomenclatura é justamente para agregar amigos, namorados, maridos, filhos e quem mais quiser participar.

Composto por cinquenta e cinco pessoas, entre homens e mulheres, todos os dias, às 5h30 da manhã, os integrantes do grupo se reúnem na Praça do Aeroporto ou em frente ao Hemopa.

“Fazemos vários tipos de pedais. Médios, outros mais puxados para quem tem mais tempo e resistência. O grupo surgiu a partir da necessidade de pedalar de manhã por causa do trabalho, do trânsito e da visibilidade…” conta a ciclista, explicando que o Brutas surgiu há dois meses.

Apesar do pouco tempo do grupo, muitas das pessoas que integram a equipe já pedalavam antes, sozinhas ou em outros grupos.

Com o tema “Venha ser feliz, ninguém é triste pedalando”, Miriete afirma que existem muitas histórias de superação dentro do grupo. Ela, que pedala há três anos e assiduamente há um ano e meio, garante que a prática da atividade física muda completamente a vida das pessoas.

“Várias mulheres dão seu depoimento que melhoraram a saúde, a autoestima, o relacionamento conjugal. Pessoas que eram depressivas, ansiosas e estavam acima do peso, hoje estão mais felizes”, ressalta.

Miriete fala dos benefícios do pedal e elogia implantação da ciclofaixa

Entre as pedaladas é comum ver os integrantes sorrindo, conversando, fazendo novas amizades, se divertindo e incentivando uns aos outros. “Sair da cama quentinha às 4h30 da manhã para vir pedalar nos deixa felizes. Temos a possibilidade de conhecer novos lugares com o pedal. Estamos sempre descobrindo coisas novas dentro de Marabá”, finaliza Miriete.

(Ulisses Pompeu e Ana Mangas)