Correio de Carajás

A idosa israelense que ‘enrolou’ o Hamas com chá e biscoitos

Avó aposentada Rachel Edri foi mantida refém sob mira de arma em sua casa durante quase 20 horas por combatentes do Hamas, mas usou comida e conversa para distraí-los.

O presidente dos EUA, Joe Biden, abraça Rachel Edri, que conseguiu escapar de emboscada do Hamas. — Foto: Reuters

“Um dos terroristas me disse: você lembra a minha mãe”, diz Rachel Edri.

“Eu disse a ele: ‘De fato eu sou como a sua mãe. Vou ajudar você. Vou cuidar de você. O que você precisa?'”

 

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A resposta foi chá e biscoitos.

Assim, a avó aposentada de 65 anos serviu seus biscoitos típicos marroquinos para acalmar os cinco militantes do Hamas que invadiram a sua casa na cidade de Ofakim, perto de Gaza.

Ela ficou conversando com eles para ganhar tempo até que ela e o marido pudessem ser resgatados, disse ela à mídia israelense.

E essa conversa fiada fez uma grande diferença.

No dia 7 de outubro, combatentes do Hamas já haviam matado dezenas de pessoas em sua comunidade no sul de Israel quando ela e o marido foram feitos reféns.

Graças a sua paciência e hospitalidade, ambos sobreviveram, e Edri se tornou uma heroína nacional, um meme da internet, e até conheceu o presidente dos EUA, Joe Biden, durante a sua visita a Tel Aviv na quarta-feira (18/10).

Rachel Edri em foto durante reunião com o presidente Biden. — Foto: Getty Images
Rachel Edri em foto durante reunião com o presidente Biden. — Foto: Getty Images

Canções em árabe e hebraico

 

Em uma entrevista na TV local, ela falou sobre sua surpreendente reação em meio a cinco militantes fortemente armados em sua sala de estar.

“Já eram quatro horas da tarde. Eu disse para mim mesma: ‘Nossa… eles precisam almoçar. Estou com medo – pessoas com fome perdem o controle'”, disse ela.

“Depois que beberam e comeram, eles ficaram muito mais calmos.”

 

Mas chá e biscoitos não foram tudo o que Edri ofereceu aos militantes que a mantiveram junto ao marido sob a mira de armas por quase vinte horas.

Ela cantou canções em árabe para os combatentes e, segundo ela, eles responderam com canções em hebraico.

“Comecei a conversar e, a certa altura, esqueci por um momento que eles eram terroristas”, disse Edri ao site de notícias israelense Ynet.

O ministro de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, visitou a casa de Edri, que foi gravemente danificada durante o ataque do Hamas — Foto: SIMON DAWSON / NO 10 DOWNING STREET
O ministro de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, visitou a casa de Edri, que foi gravemente danificada durante o ataque do Hamas — Foto: SIMON DAWSON / NO 10 DOWNING STREET

Missão de resgate

 

Enquanto isso, uma equipe da polícia israelense se preparava do lado de fora da casa para o resgate.

Após cerca de 17 horas, eles entraram na casa e mataram os militantes a tiros.

O filho dos Edris – ele próprio um policial local – ajudou no resgate desenhando um esboço da casa, permitindo que as equipes de resgate pegassem os militantes de surpresa.

Como a casa ficou muito danificada, Edri e o marido foram levados para um hotel no centro de Israel.

A história começou a se espalhar para muito além das fronteiras de Israel, e quando o presidente dos EUA, Joe Biden, se encontrou com sobreviventes dos ataques do Hamas em sua rápida visita a Israel na quarta-feira (18/10), Rachel Edri estava entre eles.

Ela sorriu ao abraçar o presidente dos EUA, e ele a agradeceu por “defender o país”… com chá, biscoitos e uma conversa tranquilizadora.

(Fonte:G1)