Há muitas salas de aula de Marabá com educadores motivados – seja na rede pública ou privada. E são eles que continuam exaltando uma das profissões mais relevantes para a sociedade. Para o Dia do Professor, que transcorre nesta sexta-feira, dia 15 de outubro, a Reportagem do CORREIO conversou com uma professora apaixonada, antes de tudo, pela arte de ensinar.
Tatiane Silva e Silva trabalha com alunos do 2º ano nos dois turnos na Escola Municipal Professor Raimundinho, que funciona no Bairro Belo Horizonte.
Natural de Belém, há cerca de 16 anos mudou-se para Marabá quando o esposo foi transferido em seu trabalho. “Os meus filhos já estavam maiores e resolvi fazer uma faculdade. A princípio, eu não almejava pedagogia. Mas hoje, olhando para traz, costumo dizer que não fui eu que escolhi a pedagogia, mas ela quem me escolheu. Eu tinha algumas amigas dessa área e pensei em cursar essa faculdade e quando chegasse o período de estágio ficaria mais tranquilo. Mas fui no laço pela educação. Fui me encantando e me apaixonando e hoje eu estou aqui. Conclui minha faculdade em 2017, estou recente na docência e bastante motivada. A cada dia vou aprendendo, vivenciando, porque a principal faculdade é na sala de aula; é ela quem nos forma”.
Leia mais:Antes mesmo de concluir a faculdade, Tatiane já atuava em sala de aula, substituindo alguns professores. De escola em escola, acabou chegando à Professor Raimundinho, onde atua hoje e que é sua segunda casa. “Quando trabalhei no NEI Cora Coralina, próximo à minha casa, havia uma frase de Cora Coralina que dizia assim: “Feliz é aquele que transmite o que sabe e aprende o que ensina”. Aquele texto teve tanto significado para mim, que acredito que ali foi um divisor de águas na minha profissão”, revela.
Os 61 alunos de Tatiane são também filhos que ela cuida em todos os momentos quando eles estão na escola, desde a chegada, durante a aula, recreio e outras atividades lúdicas. Ela sabe que, por causa do escalonamento, precisou repetir o mesmo conteúdo para os alunos em dias alternados, em função da pandemia. “Às vezes, quando estou chegando na terceira vez que apresento o mesmo conteúdo, fico com dúvida se já apliquei para essa turma. Aí tenho de olhar no planejamento”.
Aliás, Tatiane é um exemplo de educador que elabora seu planejamento de aula que contemple a realidade dos alunos, apesar das diferenças entre eles. “Embora eu faça, mas ele não é meu, mas da turma. Então, eu preciso planejar de modo claro que qualquer pessoa que leia o meu plano, consiga desenvolver uma aula que foi idealizada por mim. Ele precisa ser o meu norte, eu preciso pensar no e o que trabalhar para eles”.
Ao ser questionada se trabalhar com alunos em sala de aula é melhor que de forma remota, ela dá uma leve gargalhada para concordar com a última opção. “Oh! Sem dúvidas, porque aqui eu tenho contato com eles e de fato posso perceber quem são eles, o que estão fazendo ou não e consigo ao menos trabalhar alguma coisa que eu possa alcançar esse aluno, coisa que no remoto eu não conseguia. Eu transmitia e eles escutavam”.
Por isso, para ela, o ano letivo 2021 está só começando, embora ressalve que o trabalho de educação não tenha parado, desde o início do ano.
O sonho dela é que a sala de aula tivesse uma quantidade menor de alunos, como está acontecendo neste momento de escalonamento, quando pode acompanhar cada um em suas especificidades.
Por fim, ela avalia que a ferramenta chamada “Grupo de Whatsapp” ajudou a aproximar o relacionamento com os pais dos alunos para discutir a aprendizagem de seus filhos, tirar dúvidas e resolver dilemas de forma mais célere. “Há muitos que eu nem sei rosto, só pela fotinha do WhatsApp, mas nunca nos falamos pessoalmente, mas temos uma conversa bem próxima para falar o que é necessário. (Ulisses Pompeu)