Equipes de resgate correm contra o tempo para resgatar a publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que se acidentou em um vulcão na Indonésia.
Segundo a família da jovem, as buscas foram retomadas às 6h da manhã de terça-feira (24/6) no horário local. As equipes de resgate teriam conseguido descer 400m, mas Juliana estaria mais longe, a cerca de 650m.
“Uma furadeira está posicionada para subir a montanha e compor o plano B das ações de resgate. Estão testando a hipótese de usar um helicóptero para o resgate. Previsão entre as 11 e 12h do horário local”, diz um perfil no Instagram criado para acompanhar os esforços de resgate da brasileira.
Leia mais:Ainda de acordo com a página na rede social, dois helicópteros, posicionados na ilha de Sumbawa e na capital, Jacarta, estariam de sobreaviso para decolar.
Juliana sofreu uma queda durante uma trilha quando fazia um passeio de três dias no Monte Rinjani às 19h de sexta-feira (20/6) no horário de Brasília.
Na última vez em que foi avistada, Juliana estava imóvel em um penhasco a 500 metros de profundidade, segundo informou nesta segunda-feira (23/6) o perfil oficial do Parque Nacional do Monte Rinjani.
Um drone operado por equipes de resgate fez imagens da brasileira no domingo (22/6) às 17h20 no horário de Brasília.
Desde o acidente, as equipes de busca enfrentam grandes desafios, como o terreno íngreme, a altitude elevada e o mau tempo. A neblina densa reduz a visibilidade e aumenta os riscos, acrescentou o parque.
Após uma reunião de avaliação com autoridades locais, foi orientado que a operação de resgate fosse acelerada levando em consideração o período crítico de 72 horas para resgates em áreas selvagens.
O uso de helicópteros está sendo avaliado, segundo as características técnicas das aeronaves disponíveis e as rápidas mudanças das condições climáticas.
“A equipe permanece de prontidão e comprometida em continuar os melhores esforços em prol da segurança e da humanidade. A natureza deve ser respeitada, a segurança continua sendo o principal fator”, disse o parque.

Segundo relatos da imprensa local e familiares, Juliana teria sido deixada para trás pelo guia Ali Musthofa após manifestar cansaço.
Mas, em entrevista ao jornal O Globo, Musthofa negou ter abandonado a brasileira antes do acidente. Ele afirmou ter sugerido que ela descansasse enquanto ele seguiria um pouco adiante, como já havia sido relatado pela imprensa local.
Segundo ele, o combinado era reencontrá-la um pouco mais à frente na trilha. O guia prestou depoimento à polícia no domingo, após descer da montanha.
A BBC News entrou em contato com a família de Juliana e com a administração do Parque do Monte Rinjani para comentários.
Os familiares da brasileira criticaram o fato de o parque permanecer aberto, permitindo a circulação de turistas na mesma trilha enquanto Juliana ainda aguardava resgate.
“Enquanto Juliana PRECISA DE SOCORRO! Não sabemos o estado de saúde dela! Ela continua sem água, comida e agasalho há três dias!”, afirmaram no Instagram.

Subida ‘muito dura’
O Monte Rinjani, com mais de 3,7 mil metros de altura, é o segundo maior vulcão da Indonésia e um dos destinos mais procurados por turistas de aventura.
Em 2022, um português morreu ao cair de um penhasco no cume do vulcão. Em maio deste ano, um malaio também morreu após uma queda durante a escalada.
Em entrevista à TV Globo, dois integrantes do grupo de Juliana relataram que a trilha era difícil.
Um deles descreveu a subida como “muito dura” e disse que “estava muito frio, foi realmente muito difícil”.
Outro contou que, no momento do acidente, Juliana estava na retaguarda do grupo, acompanhada do guia.
“Era bem cedo, antes do amanhecer, com visibilidade ruim, usando só uma lanterna simples para iluminar o caminho, que era difícil e escorregadio”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que está em contato com o governo indonésio e que enviou dois funcionários da embaixada para acompanhar de perto as operações de resgate.
Por sua vez, Satyawan Pudyatmoko, do Ministério das Florestas da Indonésia, reforçou na segunda-feira que os visitantes devem priorizar sua segurança durante as escaladas.
Linha do tempo do acidente
- Sexta-feira, 20 de junho, 19h (horário de Brasília)
Juliana sofre queda durante a trilha no Monte Rinjani, descendo cerca de 300 metros em terreno íngreme.
- Sábado, 21 de junho, 17h10 (horário de Brasília)
Última vez que Juliana foi vista, sentada na encosta, em imagens captadas por drone de turistas.
- Domingo, 22 de junho, 19h04 (horário de Brasília)
Itamaraty emite pronunciamento informando que mobilizou autoridades locais em alto nível, com o embaixador em contato direto com agências de resgate. Dois funcionários da embaixada se deslocam para o local para acompanhar as buscas. Ministro das Relações Exteriores inicia contatos para solicitar reforços nas operações.
- Domingo, 22 de junho, 19h04 (horário de Brasília)
Juliana é avistada por socorristas por meio de um drone, presa em uma encosta rochosa a uma profundidade estimada de 500 metros. Na observação visual, ela permanecia imóvel. A informação foi divulgada na segunda-feira, pelo perfil oficial do Parque Nacional do Monte Rinjani no Instagram.
- 21 a 23 de junho (sábado a segunda-feira)
Equipes locais realizam operações de busca, interrompidas várias vezes por condições climáticas adversas.
- Segunda-feira, 23 de junho, 1h (horário de Brasília)
A página ‘Visit Mount Rinjani’ no Instagram publica uma nova atualização destacando que já se passaram dois dias desde o acidente na trilha do cume. O texto menciona que os gritos desesperados por socorro ouvidos no local ainda ecoam na memória de muitos e despertam profunda comoção.
O parque informa que, até aquele momento, aguardava um comunicado oficial das autoridades e da equipe de resgate, que segue trabalhando em condições desafiadoras. A nota expressa esperança de que os esforços resultem em boas notícias e no encontro da brasileira em segurança.
- Segunda-feira, 23 de junho, 5h (horário de Brasília)
Resgate mais recente é interrompido devido ao mau tempo; já havia sido informado que buscas não ocorrem à noite.

- Segunda-feira, 23 de junho
Funcionários da Embaixada do Brasil chegam ao local para acompanhar pessoalmente o resgate.
- Segunda-feira, 23 de junho, 11h36 (horário de Brasília)
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirma que dois montanhistas experientes da região estão a caminho do local do acidente, com equipamentos especializados para apoiar as equipes. Não há confirmação se atuarão durante a noite.
- Segunda-feira, 23 de junho, por volta de 21h (horário de Brasília)
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirma que buscas na Indonésia foram retomadas às 6h da manhã de terça-feira (24/6), no horário local. Uma furadeira teria sido posicionada para efetuar o “plano B” do resgate, e o uso de um helicóptero estaria sendo avaliado.
- Segunda-feira, 23 de junho, por volta de 23h50 (horário de Brasília)
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirma que a equipe de resgate desceu 400m, mas estima que Juliana estaria mais longe, a cerca de 650m. Dois helicópteros, posicionados na ilha de Sumbawa e na capital, Jacarta, estariam de prontidão para decolar.
- Terça-feira, 24 de junho, por volta de 4h30 (horário de Brasília)
A página no Instagram @resgatejulianamarins divulga que há três planos de resgate em vigor no momento e confirma a impossibilidade de seguir com o helicoptero pela condição climática atual. O horário local na ilha de Tombok é 15:45.
- Terça-feira, 24 de junho, por volta de 6h (horário de Brasília)
Autoridades do parque onde aconteceu o acidente fecham trecho da trilha onde estão tentando realizar o resgate para evitar a aglomeração de turistas curiosos.
(Fonte: BBC News)