No final da manhã desta sexta-feira, 6, a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, titular da Delegacia Especializada e Atendimento à Mulher (Deam) de Parauapebas, detalhou à Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS as circunstâncias da prisão do médico Celso Gonçalves do Vale Filho, ocorrida nesta quinta-feira, 5.
Segundo ela, Celso Filho foi preso em flagrante sob acusação de lesão corporal e ameaça de morte à ex-namorada Aline Luiza. Já na Depol, a própria delegada deu voz de prisão pelo crime de desacato e ameaça à titular da Deam.
A delegada explicou que Aline Luiza foi à Deam duas vezes na quinta-feira. No período da manhã, Ana Carolina não estava na unidade, pois realizava uma prisão em flagrante. Quando Aline retornou, a delegada percebeu que a mulher estava bastante assustada, pois, seu ex, médico Celso Filho, havia ligado dizendo que daquele dia ela não passaria.
Leia mais:A delegada perguntou se ela gostaria de ser enviada ao abrigo para mulheres em situação de risco, mas, mas a vítima preferiu dormir na casa de uma amiga. Horas depois, Aline enviou uma mensagem à delegada, informando que Celso estava no estabelecimento comercial dela. A Guarda Municipal chegou primeiro ao local e conduziu o suspeito à delegacia.
“Ele a agrediu com vários socos e a ameaçou de dar um tiro no rosto dela”, destacou a delegada. No momento da prisão, o médico se alterou, precisando ser contido por uma testemunha e pelo motorista dele.
O médico também ameaçou e gritou com a delegada Ana Carolina. “Disse que eu iria me arrepender de estar prendendo ele, que era médico. Eu falei que meu compromisso era com as vítimas, com as mulheres, ele disse, inclusive, que quem pagava o meu salário era ele e o estado”, disse.
A delegada pediu para o médico falar baixo, mas ele respondeu que não, pois aquele era o tom de voz dele. Neste momento, a titular da Deam deu voz de prisão pelos crimes de desacato e ameaça.
Ana Carolina também revelou à reportagem que o médico justificou que a prisão dele estava relacionada a motivos políticos. O que a delegada negou, argumentando não ter nenhum envolvimento com partidos políticos, uma vez também que o médico não era candidato.
“Meu compromisso é com as mulheres, eu prendo quem for preciso, inclusive um político, se agredir a companheira. Até mesmo um colega de trabalho meu (delegado ou investigador) se agredir a companheira”, decretou.
A reportagem ainda não conseguiu contato com o advogado de defesa do médico, que terá espaço neste veículo para defesa de seu cliente. (Theíza Cristhine e Ronaldo Modesto)