Uma denúncia anônima levou equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar a apreenderem cerca de 3.000 litros de gasolina na casa do secretário municipal de Obras de Curionópolis, Francisco Antônio Santos Costa, conhecido na cidade como “Quixadá”.
A apreensão ocorreu às 18 horas de terça-feira (20) e o combustível estava sendo utilizado para abastecer veículos que participariam da carreata de vereadores e do atual prefeito, Adonei Aguiar, que concorre à reeleição.
O delegado Euclides Aquino, titular da Polícia Civil no município, concedeu entrevista acerca do caso na manhã de terça-feira (21), ao Correio de Carajás e confirmou que a distribuição estava acontecendo na casa do assessor de Adonei. “A gasolina estava na residência do secretário de Obras do município (Quixadá), só que ele não estava no local”, informou.
Leia mais:Na residência, adesivos de candidatos também estavam sendo colocados nos veículos no momento em que os policiais chegaram. Ainda de acordo com o delegado, o secretário foi intimado na manhã de terça-feira para comparecer à Delegacia de Polícia Civil e prestar depoimento. A residência de “Quixadá” é um ponto de referência da campanha do prefeito Adonei Aguiar. No local, já foram realizados eventos importantes, inclusive o lançamento da candidatura que ele disputa pelo partido Democratas.
Vídeos capturados no local mostram cidadãos que estavam abastecendo os veículos de forma clandestina, alegando que o mesmo seria para a participação da carreata em nome da candidata à vereadora pelo partido Solidariedade, Adriana Gomes. O nome dela também foi citado mais tarde pelos mesmos beneficiários do combustível, frente às autoridades policiais, o que está sendo apurado.
De acordo com a polícia, o combustível estava sendo distribuído por Wesley Rafael de Souza, assessor de gabinete do prefeito Adonei Aguiar. Era ele quem fazia a administração da gasolina e ainda verificava se os veículos estavam identificados com os adesivos de campanha do prefeito e da candidata à vereadora.
No total, 15 pessoas foram encaminhadas à delegacia na noite da terça, foram ouvidas e liberadas após prestarem esclarecimentos.
Um inquérito policial foi instaurado e a Polícia Civil tem prazo de trinta dias para concluí-lo e encaminhá-lo à Justiça Eleitoral e à Justiça Comum. Além disso, será averiguado o armazenamento do combustível de forma irregular. “Um risco para quem fazia o abastecendo”, alertou o delegado.
De acordo com o artigo 299 do Código Eleitoral, dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber dinheiro, dádiva ou qualquer vantagem para obter voto é crime eleitoral. Nesse caso, o crime pode resultar na cassação da candidatura de Adonei Aguiar e da candidata à vereadora, Adriana Gomes.
Um advogado especialista em direito eleitoral, consultado pela Reportagem, avalia que o caso é grave e pode caracterizar abuso de poder político e corrupção eleitoral. (Da Redação)