Dados divulgados no domingo, 18, pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta o Pará como o Estado que mais diminuiu as ocorrências de violência em números absolutos, ao comparar os dados do primeiro semestre dos anos de 2019 e 2020, em todo o Brasil. Neste período, 374 vidas foram preservadas. No cenário nacional, as mortes violentas aumentaram 7,1% em relação a 2019.
A matéria do jornal Estado de São Paulo mostra que, diferente de 2019, os homicídios aumentaram em 2020, mas destaca que o estado do Pará, diferente do Brasil, conseguiu manter a redução da violência.
“Nós tínhamos sido em 2019 o Estado que ficou em terceiro lugar com maior diminuição da violência e agora neste primeiro semestre de 2020 nós somos o Estado que mais reduziu a violência em todo o Brasil, reduzindo em 25,1% no número de Mortes Violentas Intencionais”, elencou o governador do Pará, Helder Barbalho.
Leia mais:Na avaliação dele, isso demonstra o compromisso de todos os que estão envolvidos na área de segurança, “Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento de Trânsito, Centro de Perícias Renato Chaves, Bombeiros, as guardas municipais, e claro, a coordenação da Secretaria de Segurança”.
Menos mortes
Os homicídios, segundo o estudo, reduziram 24,5% em todo o Pará. Em 2019, foram computados 1.464 ocorrências e em 2020 o número totalizou 1.105. O latrocínio, que é o roubo seguido morte, caiu 15,9%. No ano passado, 69 ocorrências foram registradas e este ano 58. Já a Lesão Corporal Seguida de Morte diminuiu 19%. Foram 21 e 17 ocorrências nos anos de 2019 e 2020, respectivamente.
Outro dado importante a se destacar é a queda de mortes de policiais militares e civis por crimes violentos Letais Intencionais (que reúne homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) em 71%. No ano passado, nos seis primeiros meses, 28 policiais foram vítimas e este ano, no período equivalente, oito. Foi a maior redução de mortes de agentes públicos em números absolutos. As mortes por intervenção policial também reduziram no Estado. No primeiro semestre do ano passado, 367 pessoas morreram durante confronto policial e este ano 259, resultando na diminuição de 29,4%, sendo esta a segunda maior redução em número absoluto do Barsil. No Brasil, o número de pessoas vítimas por intervenção policial cresceu 6%.
Ações sociais
Ainda segundo o governador, o resultado inclui também as ações de prevenção e sociais que fizeram com que os números continuassem reduzidos e a atuação técnica e eficiente dos agentes. “Os dados apresentados mostram o trabalho do Terpaz, que envolve a transformação social nas comunidades mais carentes”, destaca.
“Mas, além disso, gostaria de destacar que além da redução de homicídios, também conseguimos reduzir, e fomos também a melhor redução do Brasil, no número de agentes de segurança pública vítima de violência e também demonstramos a competência do nosso time quando reduzimos a letalidade das ações dos agentes de segurança pública, portanto parabéns a todos, isso é uma demonstração de que é possível com ação, com energia, com efetividade, com estratégia, reduzir a violência e garantir a paz para a nossa sociedade”, concluiu.
Roubos e furtos
O Pará também figura como o quarto Estado que mais reduziu os números de roubos e furtos de veículos. Ficando atrás do Amapá, Acre e Maranhão. No primeiro semestre do ano passado, 3.224 veículos foram roubados e furtados. Neste ano, foram 2.016 veículos, ocasionando uma diminuição de 37,5%, um número maior do que apresentado no cenário nacional que teve redução de 22,5%.
Fortalecendo ações
De acordo com o secretário de segurança pública do Pará, Ualame Machado, o estudo do crime realizado e as medidas escolhidas, utilizando o mesmo número de efetivo e o mesmo orçamento aprovado em anos anteriores, fizeram com que a violência não apenas reduzisse no ano de 2019, mas como também se mantivesse em 2020.
“Nós fortalecemos as ações ostensivas da Polícia Militar com a maior presença policial nas ruas, o forte combate a organizações criminosas, desarticulando o crime organizado, assim como grupos de extermínio que atuavam muito fortemente na Região Metropolitana de Belém. Por outro lado, a Polícia Civil desarticulou e esclareceu muito rapidamente aqueles crimes que a PM não conseguia evitar e dando respostas rápidas e eficientes, desestimulando a prática de novos delitos”, observa Ualame Machado.
Com a redução dos crimes, o Centro de Perícias Renato Chaves conseguiu melhorar a sua perícia, dando prova técnica às investigações e o sistema penitenciário, por sua vez, também teve uma grande melhora com o controle de novos procedimentos, sendo está à única instituição que substituiu parte de seus funcionários contratados por servidores concursados.
“Então todas essas ações, de forma integrada, e usando muita inteligência policial e artificial foi possível reduzir, ainda em 2019 os dados, e conseguimos manter uma queda muito forte em 2020, diferente de muitos Estados que reduziram em 2019, mas não conseguiu manter em 2020. Estamos no caminho certo. Muito ainda foi feito e certamente muito ainda será realizado”, explicou o titular da Segup.
Aumento do efetivo
Na última sexta-feira (16), 145 oficiais da Polícia Militar foram empossados após a formação com duração de três anos. Os novos aspirantes serão distribuídos estrategicamente pelas unidades da Polícia Militar na Região Metropolitana de Belém e no interior do Estado. Eles exercerão funções de comando, fiscalização e supervisão.
Este ano, também houve o chamamento de mais efetivo da Secretaria de Administração Penitenciária, e até o final deste ano será concluído o concurso e nomeado novos agentes de trânsito e peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, nas funções de médicos legistas e auxiliares de perícia.
Também já foi feito o processo de escolha da empresa e possivelmente até o final deste ano será publicado o edital para 1.500 vagas para a Polícia Civil e 2.500 vagas para a Polícia Militar. Em 2021 as forças policiais terão um incremento, além de, já autorizado, mais um concurso para a Secretaria de Administração Penitenciária. (Agência Pará)