Uma das coisas mais comuns durante o Círio de Nazaré é ver fiéis pagando promessas para Nossa Senhora em busca de alguma realização, milagre, ou mesmo em agradecimento. Para Maria do Rosário de Fátima Nunes Almeida Vale, mais conhecida apenas como Fátima do Sopão, as promessas pelos feitos e milagres eram cumpridas e agradecidas por meio de um sopão que ela promove para a sua comunidade, na Folha 27, no Núcleo Nova Marabá.
Fátima relembra precisamente a data, dia 31 de outubro de 2018, quando sofreu um acidente doméstico e quebrou os dois braços ao cair para trás. “Eu fiquei três meses com os braços engessados e dobrados para cima. Lembro-me que o padre até comentava que eu parecia estar louvando a Deus, por conta da posição que ficaram, mas só eu sei a dor que senti. Chegava a chorar, não conseguia dormir direito e meu marido precisava cuidar de mim”, recorda.
Mas ela não desanimou, confiou em seu Senhor e firmemente se agarrou ao terço das mil Ave Marias e rezou pedindo pela sua recuperação, sendo atendida em suas preces. “Venci a dor e o desespero graças ao terço, pois Jesus me dava forças e Nossa Senhora intercedia por mim. Quem está com Nossa Senhora e Jesus Cristo nunca fica desamparado”, garante Fátima.
Leia mais:Posteriormente, Fátima teve hérnia de disco, causando dores pelo corpo. A devota de Nossa Senhora conta que se consultou com um médico ortopedista em Teresina no Piauí, mas a notícia que recebeu não foi nada boa. “Ele disse que eu precisaria usar cadeira de rodas, por conta dessa doença. Fiquei aflita com essa situação, pois dessa forma tudo ficaria mais difícil para mim, até ir para missa seria complicado. Fiz uma promessa para Nossa Senhora de Nazaré, que continuaria com o sopão beneficente que faço há 27 anos. Inclusive, comemoramos o aniversário do ‘sopão’ no Dia de São Francisco, último dia 4 de outubro. Teve uma reza e fiz um lanche para os amigos mais próximos”, conta Fátima.
O “sopão” é uma ação beneficente que Fátima promove na Comunidade Católica Nossa Senhora Aparecida, na Folha 27, para alimentar as pessoas carentes, de segunda a sábado. “Com isso, eu me curei da hérnia de disco e não precisei de cadeira de rodas, graças à minha promessa. Desde então, todos os sábados rezo as mil Ave Marias na Paróquia São José Operário, no Km 7, com o Pe. Antônio de Pádua para agradecer minha cura”, relata Fátima.
Durante o Círio de Nazaré, Fátima costuma acompanhar a procissão com sua família, rezando o terço das mil Ave Marias, e neste ano não será diferente, pois mesmo com a pandemia do novo coronavírus, ela pretende fazer a caminhada desde a Marabá Pioneira até a basílica na Folha 16, rezando o seu imenso terço.
“Muitas pessoas falam: ‘ah, esse ano vai ser ruim’, certamente será por não podermos ter a aglomeração que sempre há. Mas, eu mesma já combinei com minha família de irmos, mantendo distância das demais pessoas e rezando nossa terço, pois Nossa Senhora quer que sejamos firmes, ela e Jesus esperam nossa firmeza, fé e perseverança. A nossa fé move montanhas. Vamos rezar que tudo Deus proverá”, finaliza Fátima.(Zeus Bandeira e Sandro Campos)